domingo, 30 de agosto de 2009

Carta ao Prefeito de Curitiba

Dia 17/08 protocolei uma solicitação de retirada de cães das ruas de Curitiba. Para quem é de fora, vejam o que estão fazendo da cidade...
Exmo. Sr. Prefeito Municipal de Curitiba

Venho por meio desta protestar contra o grande número de cães abandonados pelas ruas de Curitiba.
Em telefonema ao serviço 156, fui informado que o recolhimento de cães foi suspenso desde 2008.
Ora, como é sabido, uma simples fêmea prenha abandonada pelas ruas, no decorrer de poucos anos gera algumas dezenas de milhares de descendentes, pois o problema cresce em ritmo exponencial.
O que a prefeitura está esperando? A copa do mundo, na esperança que os estrangeiros levem embora os totozinhos abandonados pelas ruas? Um milagre divino? Que a próxima administração resolva o problema?
É uma questão sanitária que se avoluma vertiginosamente e por isso cada vez fica mais difícil de resolver. É muito fácil defender um discurso de cidade ecológica, quando se tratam de focas do ártico ou tartarugas de mares distantes, mas será que Curitiba faz jus ao título que se auto proclamou, quando os problemas estão ali, na esquina? Toneladas de fezes depositadas nas ruas são levadas pelas chuvas aos nossos córregos e lagos. Doenças e ataques a pedestres são registradas todos os dias e o que foi feito a respeito? Latidos incomodam milhares de pessoas que têm suas noites de sono prejudicadas, reduzindo o potecial dos trabalhadores.
Conto o que foi feito nos últimos tempos! Uma campanha nos tótens de publicidade dos pontos de ônibus, com cachorrinhos simpáticos, implorando para que as pessoas não abandonem os seus animais. Será isso o suficiente?
Campanhas publicitárias geram lucro e capturar cães pelas ruas produzem antipatia, por isso, normalmente as administrações escolhem o caminho mais fácil e proveitoso, mas, vejamos bem, temos a copa de futebol pela frente, será que a municipalidade de Curitiba quer passar para o mundo a imagem de um imenso canil?
Não há solução, sem crueldade com os animais, o que é impedido pelos órgãos de meio ambiente? Sim existe, Porto Alegre está enfrentando o problema, recolhendo, castrando e identificando os cães por meio de chip eletrônico. Ao meu ver, um projeto que levasse os animais a uma morte rápida e sem sofrimento, como injeções letais, seria muito mais barato e produziria muito menos sofrimento aos cães que quando largados na rua são castigados com brigas, doenças, fome e maus tratos. De qualquer forma, algo precisa ser feito.
Feito o protesto, agora o meu problema particular: moro ao lado do Parque Tingüi e solicito o recolhimento de dezenas de cães que circulam pela região, atraídos pelo cheiro de churrascos que as pessoas fazem nos parques. Se não houver interesse em resolver o problema da cidade, pelo menos, imploro, resolva o da minha vizinhança, que já fico bastante agradecido.
Sem mais.
Respeitosamente,

domingo, 16 de agosto de 2009

No Bom Português

O governador do Paraná ultimamente anda querendo de tudo no bom português, só assim o povaréu vai entender das coisas.
Os Volkswagen vão ser o “Auto do Povo” e os postos da Shell, vão ser da “Concha”. O Burger King vai ser o “Sandubarrei”. A camisa Lacoste vai ser “A Praia” e a caneta Mont Blanc vai ser “Morro Branco”. O chocolate Nestlé, vai ser “Ninhozinho” e o Lacta vai ser “Leitoso”.
E no bar, que vai se chamar “barra”? Um Johny Walker on the rocks vai ser “Joãozinho Caminhador sobre os pedrões” e um petit gateau vai ser “presentinho”. O karaokê vai se chamar “orquestra vazia”. E na cantina? Um penne al sugo vai ser “ponta de caneta ao suco” e um farfaline al dente vai virar “gravatinha borboleta ao dente”.
O shopping vai ser “comprando”. O Shopping Müller vai ser “Comprando o Moleiro” e o Shopping Barigüi, “Comprando o Mosquitinho”.
E em Curitiba, que vai se chamar “Pinhão à Beça”, as calçadas de petit-pavé vão se chamar “pavimentinho”. O Teatro Guaíra vai ser “Não Dá pra Passar!”. Nele, os bailarinos vão dançar, não pas de deux, mas “Passo de Dois” e enquanto os pianistas vão acompanhar, ao invés de um Allegro ma non Troppo, com um “Alegre, Meia Boca”.
E, esperemos desde já a declaração oficial do gabinete do governador, pois o Palácio Iguaçu, que faz muito esforço para, ao invés de melhorar a educação do povo, diminuir as suas necessidades de compreensão, vai virar o “Palácio Aguadão”.