terça-feira, 18 de dezembro de 2007

A Arte da Gerência – 1: Tipos de Lucro

Gerir uma empresa não se aprende na escola. Deveria, mas não se aprende, nada substitui o talento e a experiência. Por isso, aqui estou começando uma seqüência de dicas baseadas em alguns anos de leituras e práticas, na expectativa de auxiliar aqueles empresários e administradores que enfrentam alguns dos mesmos problemas que eu já passei.
A primeira frase que todo o gerente deveria saber na ponta da língua é de John Kennedy: “Não sei o segredo do sucesso, mas o do fracasso é querer contentar a todos.” Um bom administrador, sem deixar de escutar àqueles ao seu redor, precisa aprender a tomar decisões, tendo plena consciência de que toda e qualquer decisão tomada, por mais ínfima que seja, será criticada. Escolher significa deixar de lado um sem-fim de possibilidades para escolher apenas uma.
E qual é a escolha correta? A que dá lucro, até aí todo mundo sabe. Se uma empresa privada não gerar lucro, não irá prover empregos e nem benefícios à sociedade, pois essa é a sua razão de existência, portanto toda a previsão de receitas deverá superar o somatório dos custos e das despesas. Só que, como falo sempre, existe uma máxima da economia que diz que o objetivo de uma empresa é gerar, não simplesmente o lucro, mas o máximo lucro e essa verdade é esquecida pela grande maioria dos empresários.
E como saber qual ação que dará o máximo lucro? Normalmente se ensina que as expectativas de lucro se dão no curto, médio e longo prazos, mas eu, pessoalmente, tenho uma classificação diferente e que considero mais fácil de avaliar.
Em primeiro lugar temos os LUCROS VISÍVEIS. Um exemplo bem chão: se você fizer pão, venderá o pão e entrará dinheiro na sua padaria. Matemática simples. Ações destinadas à obtenção de Lucros Visíveis são aquelas que tratam da gerência imediata do seu negócio e interessam mais ao setor de faturamento, porque mostrarão resultados mais rápidos. Ainda no exemplo da padaria, as decisões que levam aos lucros visíveis são, por exemplo se é melhor fabricar pão de milho ou pão de batata. Qual irá gerar maior receita e menor despesa?
O ramo do conhecimento humano que estuda os Lucros Visíveis é a economia. As decisões de o que vender, em que quantidade e a que preço são amplamente estudadas pelas curvas de demanda, custo e receita marginais, que já foram citadas no Livro A Empresa Sublime .
Existem também os LUCROS PREVISÍVEIS que são tratados por aquelas ações em que se espera um retorno, mas não se tem uma mensuração muito exata de resultados. É melhor investir cinco mil em um anúncio de Internet ou em um carro de som andando pela rua? Sabe-se que ambos darão algum retorno, mas quanto? Qual seria o melhor?
Fazem parte das ações que levam a Lucros Previsíveis, a publicidade, as inovações tecnológicas, o lançamento de novos produtos e serviços e a pesquisa de novas oportunidades. A disciplina que estuda os Lucros Previsíveis, portanto, é o marketing.
Por fim, temos os LUCROS INVISÍVEIS que são ações em que sabemos que irão gerar lucro, mas não temos em absoluto como avaliar o impacto a não ser depois de ocorridas, pela análise dos balancetes passados. São as placas informativas, as instalações e pintura do prédio, a qualidade do atendimento, a decoração, os equipamentos oferecidos aos clientes, a satisfação dos empregados, a embalagem do produto... enfim, tudo aquilo que não é mensurável, mas se sabe que contribui para aumentar as receitas. Normalmente, mas não exclusivamente, são assunto de arquitetos e designeres.
É a decisão sobre esses três tipos de ações que trata a real arte da gerência, que é a da sensibilidade em se perceber o que não está funcionando e mudar com o menor impacto de custo possível e resultado. Nenhum dos três tipos de lucro é preponderante sobre os outros. A busca pelo Lucro Visível não deve jamais sacrificar as ações de Lucros Previsíveis e Invisíveis. Afastar um funcionário que rouba, talvez seja menos importante do que melhorar o atendimento do telefone, apesar de parecer em um primeiro momento a prioridade.
A própria palavra, aliás, vem do latim “priori” que quer dizer primeiro. Não existem “prioridades”, deve-se sempre decidir qual dos três tipos de ações deve ser tomada em um determinado momento, pois essa decisão muda o tempo todo.

A arte da gerência representa a criação de um mundo melhor para todos os envolvidos pela associação ali formada: Estado, empresários, empregados, atravessadores, clientes e consumidores e por isso deve ser pensada mais do que um simples jogo, como uma importante ferramenta do crescimento social.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Guerra ao Brasil

Muito se fala na possibilidade de invasão militar venezuelana ao nosso país, afinal contra quem o ditador Chavez estaria se armando? Contra os Estados Unidos? Não daria nem pro início. Contra a Colômbia? Seria o mesmo que declarar guerra diretamente ao Grande Irmão do Norte.
Em princípio, a guerra contra o Brasil parece uma idéia absurda, principalmente se considerarmos que as nossas forças militares são consideravelmente maiores, apesar de mal distribuídas, concentradas principalmente na região sul, o que até traria uma vantagem em um primeiro momento mas uma derrota provável logo a seguir.
Acontece que guerras não ocorrem devido ao potencial militar do agressor, mas do interesse de um determinado país em ser invadido, as quintas-colunas interessam mais do que a estratégia em si. Foi assim com Napoleão, que conquistou a Europa em grande parte devido ao interesse das classes burguesas de diversos países em se opor à aristocracia rural que travava o incipiente desenvolvimento industrial. Foi assim com Hitler que invadiu diversos países sem disparar um único tiro. Jamais na história duas democracias entraram em conflito armado, mas a Venezuela está longe de ser uma democracia, o que cumpre o primeiro requisito para a existência de guerra. Quem garante que o caudilho não inventará uma bravata à la Malvinas? Portanto, para que estejamos certos que isso não ocorrerá, a pergunta é: será que a quinta-colunagem brasileira não iria apoiar uma possível invasão?
Será que não existem por aqui idiotas aos montes invejando a falta de carne e de papel-higiênico do país vizinho em troca do ideal do “socialismo bolivariano”? Traficantes de drogas, integrantes do MST, empresários corruptos e políticos que armam esquemas milionários não teriam interesse em uma invasão? Com um governo totalmente simpático à Chavez, em quanto tempo será que as nossas forças armadas conseguiriam reagir? Será que suprimentos, munições e combustíveis chegariam à frente de batalha em tempo ou seriam bloqueadas propositalmente por uma burocracia mal-intencionada?
Dessa forma, não temo uma invasão da Venezuela, mas um escancarar de portas dos próprios brasileiros, isso sim.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Reportagens Que Não Existiriam se Existisse o Dinheiro Eletrônico

Estou começando aqui uma série de listagens semanais, para tentar demonstrar ad nauseum o quanto o mundo poderia mudar positivamente se acabássemos com o dinheiro “cash” e passássemos a usar apenas transações eletrônicas, conforme eu expliquei na postagem que pode ser lida clicando aqui.

11/12/2007- Dois atentados a bomba na Argélia, no norte da África, deixaram 67 mortos. A Al-Qaeda assumiu as explosões, uma delas contra um prédio da Organização das Nações Unidas. - Sem dinheiro cash seria difícil de comprar explosivos sem abrir os olhos da polícia;

12/12/2007 - Polícia descobre "fábrica de dinheiro" no bairro Boa Vista/ Curitiba - Se não houvesse dinheiro, não existiria dinheiro falso;

12/12/2007 - Mulher é morta por assaltante a caminho de Cumbica - Sem dinheiro cash não haveriam assaltos;

13/12/2007 - Grávida é libertada após passar mais de uma semana em cativeiro – Com o dinheiro migrando de uma conta à outra não poderiam haver seqüestros;

13/12/2007 – Dinheiro de Carol Castro é furtado no hotel, em Salvador – Se só existisse dinheiro eletrônico, não haveria furtos de dinheiro;

14/12/2007 - A prova da OAB foi vendida por R$2.500,00 – com dinheiro eletrônico, os envolvidos seriam rapidamente rastreados e presos.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

- Casamento Ocidental -Capítulo 1 - O SER HUMANO PRIMITIVO

1.1 Reprodução

Os animais superiores reproduzem-se por uma forma específica de reprodução chamada de sexuada, que é obtida por meio de células especializadas, que recebem o nome de gametas. Esses gametas fundem-se na fecundação, formando um ovo ou zigoto, que possui no núcleo pares de cromossomos, um de origem paterna e outro de origem materna.
A ocorrência de autofecundação é excepcional dentre os seres vivos, sendo que os encontros sexuais constituem quase que a regra geral.
Cada espécie animal desenvolveu no decorrer do seu processo evolutivo uma forma específica de possibilitar esses encontros, sendo que algumas espécies superiores desenvolveram todo um ritual de acasalamento que permite à fêmea escolher o macho mais propício, ou seja, com condições de força, agilidade, sagacidade e saúde avaliada visualmente pelo tom da plumagem ou do pêlo, cheiros, sendo que essas características são necessárias à reprodução para que sejam transmitidas geneticamente à geração futura, impedindo assim a transmissão de caracteres degenerativos.
Assim o cortejo da fêmea pelo macho constitui um importante fator de perpetuação e aprimoramento genético da vida. A seleção natural opera desta forma: primeiro selecionando espécies para que se adaptem ao meio e a seguir aprimorando essas espécies para cada vez conseguirem exercer melhor domínio sobre os demais.
Se é que pode-se usar o termo, a "intenção" da natureza é possibilitar que uma determinada espécie consiga ampliar-se para o maior número possível de indivíduos dentro de um determinado ecossistema.
A reprodução pensa apenas no bem da espécie, de forma que o único indivíduo que tem algum valor é aquele que se reproduz. É por isso que a abelha-rainha é a mais bem cuidada e toda a colméia tem a sua atenção voltada apenas para ela. O zangão só tem função biológica até o momento em que se reproduz, morrendo no instante seguinte. Entre as viúvas-negras, o macho é morto logo depois do acasalamento. A fêmea do salmão morre logo depois de desovar devido ao cansaço da subida do rio. Existem muitos insetos que vivem poucas horas e o único motivo de viverem é para que a espécie prossiga. Algumas espécies de borboletas continuam o coito, mesmo se forem decapitadas.
Para a natureza, o valor da vida é unicamente coletivo. O indivíduo não tem qualquer importância.
Além disso, em um ambiente natural, poucos representantes das espécies chegam à idade adulta. Com um feroz predador, o guepardo, menos de dez por cento dos filhotes chegam a um ano de idade e mais da metade das águias nascidas no Alasca e Norte do Canadá (tidas como um bravo animal) morrem de fome no seu primeiro inverno1. Com o rei dos animais não é diferente. Dois terços dos filhotes de leão morrem antes de um ano.
Para as espécies que não são essencialmente predadoras, esses números são ainda mais dramáticos. Para certas espécies de peixes, pouquíssimos conseguem desenvolver-se porque os pais os devoram assim que nascem. Com as tartarugas-marinhas, muitas não conseguem sequer chegar ao mar após saírem dos seus ovos, morrendo de calor ou devoradas por aves na praia.
Sendo a reprodução da espécie o único motivo da vida, os animais encontraram formas originais de dar prosseguimento às gerações seguintes.
Basicamente, existem duas maneiras de fazer nascer um grande número de filhotes, condição necessária à sobrevivência da espécie, uma vez que boa parte desses filhotes irão morrer antes de chegar à idade reprodutiva: aumentar o número de indivíduos em um único parto ou postura ou aumentar o número de partos da espécie.
Aumentar o número de partos significa aumentar também o número de encontros sexuais, portanto, a condição necessária para que se realizem esses encontros é a constante presença do macho junto à fêmea. Animais desse tipo formam casais ou bandos.
O homem é um animal que pertence ao último grupo e, portanto, temos as três características básicas dos animais superiores nos quais nascem um único ou poucos indivíduos por cada parto ou postura: a presença do ritual de cortejo como forma de aprimoramento genético, a formação de coletividades como forma de possibilitar um maior número de encontros sexuais e uma intensa atividade sexual com objetivo de aumentar o número de partos.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Onde está o dinheiro? O gato comeu? O gato fugiu?

Meu pai era engenheiro agrônomo, mas do que ele mais entendia era de economia. Nos tempos de Figueiredo e Sarney, lembro que ele falava que o maior mal do Brasil era a inflação: “as pessoas acham que está mal agora, mas não sabem a recessão que acontecerá quando parar a inflação...mas vamos ter que passar por isso, não tem outro jeito.”. Pena que essas frases não foram gravadas, pois se tornaram realidade. Baseado no meu pai, na virada do século, falei a seguinte: “qualquer governo que suceder FHC será excelente, pois o pior mal do Brasil foi solucionado.”
Não deu outra, o controle ortodoxo da economia está agora produzindo frutos para o próprio partido que o criticou. Vi um entrevistado na Record News falando que o acréscimo na produção de veículos no país no ano passado corresponde a toda a produção da Argentina. Só o acréscimo! Além do imposto de produção, isso corresponde a maior consumo de combustíveis, IPVA, seguros, etc.
Na mesma entrevista, o repórter Paulo Amorim perguntou se essa não seria a culpa pelos engarrafamentos das grandes cidades, o que foi respondido com uma outra pergunta, extremamente pertinente: se está se produzindo tanto imposto, onde estão as estradas de qualidade, as ruas mais largas e os viadutos que reduziriam esses engarrafamentos?
Para onde está indo toda essa dinheirama arrecadada? As estradas públicas estão piores do que há dez anos, isso considerando que as principais rodovias foram privatizadas, ou seja na prática a malha viária nacional conduzida pela União diminuiu. Na maioria das cidades que conheço não se construiu um único viaduto. As ruas continuam esburacadas.
Sem falarmos em outros setores. A educação é das piores do mundo, os hospitais são um depósito de infecções, os portos estão sendo assoreados mais a cada ano, o transporte aéreo virou caos, as ruas continuam cheias de mendigos, a dengue que tinha sido praticamente erradicada, voltou com força e o setor energético ameaça um novo colapso.
A roubalheira está em alta, todo mundo acompanha pela mídia, mas mesmo assim essa riqueza toda deve estar indo para algum lugar, não acredito que se tenha capacidade de se desviar tanto quanto está entrando no erário sem chamar a atenção da imprensa, vejo tudo como má gestão mesmo.
E o governo insiste em manter a CPMF. Para quê, se os impostos só são revertidos no aumento da quantidade de servidores públicos, muitos com salários extorsivos, e não em infra-estrutura para o país?
Onde está o dinheiro que, como na música, ninguém viu? Onde estão os resultados de tão apregoada riqueza?

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Palavra de Ordem

Em primeiro lugar, gostaria de agradecer a presença de meus leitores neste blog. Pelo respeito que tenho a todos, gostaria de esclarecer o meu método de trabalho.
Normalmente, escrevo o blog aos domingos e peço para minha mulher ir publicando durante a semana, por isso, não trabalho com notícias muito frescas e tento falar de idéias mais amplas do que aquelas que estão por aí pipocando em um momento específico. Tento manter uma postagem por dia, o que é tarefa árdua, por isso desculpem as eventuais falhas. A hora de postagem durante a semana é às 9.00hs e nos fins-de-semana, à tarde, de forma meio irregular.
Não posso publicar todos os comentários que eu gostaria, pois já existe jurisprudência no nosso país de que os comentários são de responsabilidade do dono do blog. Por isso, peço desculpas também por eventual censura. Normalmente não publico comentários citando nomes e nem generalizações do tipo “todo funcionário do órgão público tal é ladrão...”. Além disso, como vivo falando por aqui, por mais que se apregoe o contrário, não existe liberdade de expressão no país e os processos judiciais têm tido importante papel de cala-boca, por isso tento evitar os assuntos já proibidos, como falar de drogas, sobre raças, sobre a vida de outros brasileiros, contra religiões, sobre ladrões notórios, etc., pois posso me incomodar por isso. De qualquer forma, agradeço inclusive pelos comentários impublicáveis, pois podem servir de inspiração para futuros textos.
Publico apenas material próprio, com exceção das fotos, em que uso o critério de publicar as que eu mesmo tirei em tamanho médio e as que eu catei pela Internet, pequenas. Esse é o motivo pelo qual raramente ofereço leituras externas ao blog. Textos curtos, eu publico aqui mesmo, longos no Anexo do Bonowblog, para que este daqui fique com mais variedade na primeira página.
Tento não falar de mim, família, trabalho e nem de fofocas sobre terceiros, pois como dizia Oscar Wilde, as pessoas são assunto dos criados, os patrões discutem idéias.
Caro leitor, conto com a sua presença e compreensão, pois esse blog é para você.
Vamos em frente.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Planos de Saúde


Muito se fala nas condições da saúde pública no Brasil, mas existe uma bomba-relógio que um dia vai explodir também na medicina privada e que tem toda a relação com o problema do SUS.
Na condição de administrador de um hospital, vejo diariamente médicos conviverem com o problema de repasses de planos de saúde que muitas vezes não pagam nem os custos de exames e cirurgias. Em regra, são intermediários caros para quem paga por eles e também patrões cruéis para aqueles que recebem pelos serviços prestados.
E a tendência é a de cartel, os grandes planos vão comprando os pequenos até o ponto de ficarem dois ou três deles dominando o mercado e ditando as regras.
Entra aí uma questão de liberalismo. Os planos de saúde têm acesso à publicidade, os médicos, por questões éticas, não, ou seja, um médico iniciante não consegue se estabelecer um consultório facilmente se não contar com a divulgação dos seus serviços por grupos privados, a menos que coloque preços vis nos seus serviços, prejudicando toda a categoria. O mesmo vale para hospitais e laboratórios.
Apesar, portanto, de uma aparente liberdade de mercado no setor, esta não existe plenamente, pois está cada vez mais controlada por grandes empresas.
Este problema só não é mais flagrante porque a economia e a população brasileira estão crescendo sem que a formação de médicos acompanhe no mesmo ritmo, mas a tendência é a de levar o Sistema Único de Saúde ao caos (imaginando-se que ainda não levou). Matemática simples: se o SUS paga R$8,50 por uma consulta, um médico que cobrasse R$15,00 em seu consultório teria um lucro enorme e pacientes a granel que pagariam barato por uma consulta particular.
O que faz o intermediário? Paga R$20,00 para o médico e cobra outros vinte do paciente, na forma de mensalidade e co-participação. Dessa maneira, todos saem perdendo: o paciente por pagar caro pela sua saúde, o médico que não recebe todo o potencial que o mercado poderia pagar e o sistema público de saúde, que não consegue competir em igualdade de condições com a previdência privada.
Como se poderia solucionar estas distorções? Criando-se um sistema paralelo de saúde. Uma listagem de médicos, centrais de exames e hospitais que aceitassem oferecer serviços particulares pelos preços que os planos de saúde pagam para eles, pois na verdade é esse o atual valor de mercado dos serviços. Se um exame que custa particular R$150,00 pudesse ser oferecido por R$40,00, que é o valor pago pela maioria dos convênios, será que muitas pessoas iriam preferir perder o seu tempo numa fila de SUS?
Idéia a se pensar.

domingo, 9 de dezembro de 2007

A Física do Caos

De repente, estou atônito e passivo
Diante os teus olhos, dois buracos negros
E dos teus lábios, uma tira de Möbius,
Dentro dos quais tudo é relativo.
Aqui, teus predicados sobressaem
E tua beleza é vida e arte,
Não me serve mais Descartes
E posso jogar fora Einstein.
Para compreender tuas lides
De nada mais me vale Euclides,
Pois como reduzir teu seio a uma maluca equação
E nomeá-lo como parabolóide de revolução?
Se teu corpo é paisagem bucólica,
Como chamar tua pele de curvatura hiperbólica?
Ao teu leito nada se sabe, tudo se intui,
O espaço se curva ao teu jeito,
O tempo nem sempre flui,
E o meu deficiente pensamento material
Não serve mais no teu mundo polidimensional.

Castelo de Coral

Eu nunca havia me interessado em conhecer o Castelo de Coral que, como o nome diz, foi construído inteiramente com blocos de corais por um eremita tcheco que vivia sozinho em Miami no início do século passado. Ninguém sabe como ele conseguiu trazer essas pedras enormes e empilhar umas sobre as outras, o segredo morreu com ele.
No dia que tirei esta foto, estava passandocasualmente pela frente e, se não estivesse sentado no carro, teria caído: o troço fica a uns dez quilômetros do mar. Como esse cara conseguiu?

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Dinheiro Eletrônico

A todo momento se ouve falar que o mundo e o país estão perdidos, não têm solução e que luz no fim do túnel está cada vez mais fraca.
Há solução, sim. Se o mundo está corrompido pelo dinheiro, acabemos com ele, ou melhor, acabemos com o dinheiro “cash”. Alguém já viu um guarda de trânsito ser subornado com cartão de crédito? E o político corrupto? Alguém já viu um com cartões-refeição escondidos na cueca? Traficantes de drogas fazem a pergunta se o cliente vai pagar com dinheiro ou cartão?
O mundo não é cheio de dificuldades, como se preconiza por aí. Existe apenas um único grande problema, o numerário, o dinheiro em espécie, que é o que causa um sem-número de males. Então, passemos a criar um meio para extinguir o “cash” e fazer com que toda a população use apenas o dito dinheiro de plástico.
A pergunta não é se isso vai acontecer um dia, mas quando acontecerá. O meio eletrônico já foi plenamente inventado, não estamos falando em ficção científica ou futurologia, apenas em políticas para melhorar consideravelmente a vida de todos. Estamos tão acostumados com este paradigma de indignidades, que não percebemos que existe uma solução rápida e simples para as iniqüidades do mundo.
Publiquei no Anexo do Bonowblog uma monografia defendendo a idéia de que isso é possível, lucrativo e inexorável do ponto de vista do avanço da tecnologia.
Vale a pena ler.
Boa leitura!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Estudo que Visa Eliminar o Dinheiro em Espécie e Implantar um Dinheiro Eletrônico

Com objetivo de criar um sistema que ao mesmo tempo traga maior segurança e comodidade em transações de negócio e também a eliminação radical de grandes problemas que afligem a humanidade há séculos, criou-se o presente trabalho que tem por proposta eliminar o dinheiro em espécie e implantar um dinheiro eletrônico, de forma diferente daquele meio usado pelas operadoras de cartões de débito ou de crédito.
O método de pesquisa busca um viés diverso: o de pensar um sistema que funcione tanto “on line”, como “off line” de modo a possibilitar o uso irrestrito de tal meio de troca. Espera-se com isso implantar uma maneira de praticamente acabar com a corrupção do meio político, bem como em qualquer outra atividade ilícita.
Tivemos como resultado que é, sim, perfeitamente possível tal antigo sonho da humanidade, devido aos recentes avanços tecnológicos. Além disso será fator importante de desenvolvimento do país e precisa ser pensado muito rapidamente.
A conclusão é de que a implantação do dinheiro eletrônico é inexorável no processo histórico da humanidade e temos por questão a ser debatida se o nosso país irá tomar a dianteira ou ser obrigado no futuro próximo a adquirir tal conhecimento de outros desenvolvedores, pois o meio de obtenção de tal feito já está perfeitamente disponível e precisa ser aproveitado
.
>>> Este é o resumo da monografia que vou comentar na postagem de amanhã. Caro leitor, tome tempo para ler no fim-de-semana, pois vale a pena. É uma espécie de panacéia para a maioria dos problemas nacionais.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Viagens de Trem


Muitos jovens não sabem disso, mas no Brasil já se viajou de trem. Na década de setenta, quando eu era criança, viajei muito.
Até 1969, o trem para Santa Maria, saía às dez horas de Porto Alegre, da estação que ficava mais ou menos onde hoje é o atual Viaduto da Conceição. Em 1970, foi inaugurada a nova estação, na Rua Voluntários da Pátria, que permaneceu ali até a inauguração do Trensurb.
Eu viajei algumas vezes no trem da foto, o Minuano, que, como o vento que lhe deu o nome, passava muito rápido. Quando o trem parava na estação, minha mãe me jogava para dentro e já partíamos. Devia ficar menos de cinco minutos na plataforma.
Mas o bom mesmo para uma criança era o Noturno. Era um trem que partia às 10 da noite de Porto Alegre e chegava em Santa Maria lá pelas 6 da manhã. Minha família viajava no vagão-dormitório, que consistia em cabines com beliches. Meus pais ficavam em uma cabine e eu e minha irmã, em outra, ambas conectadas por uma porta. Em cada cabine havia uma mesa, banquinhos e uma pequena pia, com torneira de alavanca, que só saía água enquanto se ficava apertando. Havia um cheiro de DDT no ar e logo que o trem saía, eu caminhava com meu pai até o vagão-restaurante para comer um sanduíche e depois voltar para dormir. De vez em quando, íamos passear pelo trem. tinha a segunda classe (bancos de pau), a primeira (bancos estofados que podiam ter os encostos virados, ficando frente a frente com os passageiros de trás) e o vagão pullman (poltronas reclináveis).
Dormir com o sacolejar e o barulhinho do trem era uma maravilha que acho que nunca mais vou experimentar. De vez em quando, acordava no meio da noite, abria a veneziana da janela e ficava olhando o trem parado em alguma estação.
O café da manhã era em Santa Maria, onde fazíamos a baldeação para subir a serra em um trem que ia até Cruz Alta. Muitos anos depois, evoluiu-se, e o mesmo vagão que partia de Porto Alegre, era trocado para o trem da outra linha, de modo que não precisávamos carregar as bagagens.
Lá por 1978, surgiu o trem Húngaro, que era de um conforto só, com vidros espelhados, mesinha nas poltronas e serviço de bordo, como os dos aviões. Eu adorava o pudinzinho de pão que era servido de sobremesa.
Vários estados tinham linhas de trens como estas (tinha trem Húngaro em São Paulo, ligando à Santos). Imaginemos como vários dos problemas rodoviários do nosso país não teriam acontecido se tivéssemos mantido os investimentos no setor ferroviário.
Bem, para quem não esteve por lá naquela época, basta apenas imaginar, mas para quem viveu, ficam as saudades. Muitas.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

E Agora?

Recentemente, citando profundos estudos, a revista Slate publicou um artigo sobre as novas pesquisas científicas que concluem diferenças de QI entre diversas raças humanas.
Depois da descoberta que o sol não anda ao redor da terra e de que o homem não foi feito de barro, talvez essa seja a descoberta científica que maior dano criará ao pensamento cristão e suas conseqüências, o rousseauísmo e o socialismo. E agora? Como afirmar que todos os homens são iguais se a genética interfere na inteligência. A sociedade é que nos corrompe? Esta bobagem foi recentemente coberta com a pá de cal dos avanços do conhecimento científico. Rousseau foi definitivamente superado, hoje em dia ninguém, a não ser alguns de nossos governantes obtusos, pode afirmar e pretender igualdade social, pois as pessoas são intrinsecamente diferentes.
Crianças orientais subnutridas criadas por pais americanos têm em média mais inteligência do que os seus irmãos brancos e bem alimentados. A teoria do ambiente foi posta a terra por estudos como esse.
“Racismo é elitismo menos informação”, diz lá pelas tantas a reportagem da Slate. A grande lição desses novos conhecimentos não é o de fomentar uma corrida pela desinformação, mas o de pretender valorizar o indivíduo. A média de QI de uma raça é maior do que a de outras. As mulheres de ancas largas normalmente são mais inteligentes do que as de ancas estreitas. Os primogênitos são mais inteligentes do que os caçulas. Como será que fica uma judia (povo considerado pelas pesquisas como o mais inteligente) caçula e de ancas estreitas se casar com americano de origem latina e primogênito? Como serão os descendentes? Será que a matemática é tão simples assim?
Por tudo isso, eu vou contra as oposições da dita direita brasileira quando contesta o sistema de cota para negros nas universidades brasileiras. Normalmente se fala que é uma lei que fomenta o racismo, mas o buraco é bem mais embaixo. A questão não é essa, mas a de que é uma proposição racista em si, o fato de a longo prazo fomentar o racismo é o de menos.
A lei pressupõe que em igualdade de condições, os negros não têm a mesma capacidade intelectual dos brancos. Esse é racismo implícito. Por que não estabelecer cotas para brancos em relação a nipo-brasileiros, uma vez que proporcional à população, têm presença maciça nas universidades de São Paulo e Paraná? E de caçulas em relação a primogênitos? Aliás, nessa eu entro, pois sou o caçula da família!
Já passei em vários vestibulares, sendo dois em universidades públicas, com meu próprio esforço e capacidade. Será que uma cota para filhos caçulas não iria me inferiorizar perante os meus colegas? Será que se eu quisesse entrar hoje em uma universidade seria mais importante uma lei que me protegesse ou debruçar-me por sobre os livros e estudar arduamente?
Grupos sociais têm diferenças entre si? E daí? Será que somos indivíduos ou apenas uma colônia de formigas?

domingo, 2 de dezembro de 2007

Amoral

Vê o mar que arrebenta a onda
E a onda que arrebata o vento
E o vento que raspa a areia da praia.
E vê a matança de um porco,
A gangrena de um mendigo
E a beleza de um afogamento.
Vê o orvalho da manhã na azaléia,
Um beija-flor no hibisco,
Um raio de sol na vidraça,
A enchente de um rio barrento,
Uma placa de ônibus,
Um cachorro latindo longe.
E vê um vulcão dizimando uma aldeia
Um recife quebrando um barco
E a lua minguante no céu.
Vê o mundo e percebe,
Sem conformismo ou derrota.
Percebe a harmonia da desgraça,
A tristeza sutil da beleza
E a felicidade da dor.

Riverfront