Existem dois tipos de homens, os
que tentam adaptar o mundo as suas ideias, os Idealistas, e os que tentam
adaptar as suas ideias às realidades do mundo, os Pragmáticos.
Os pragmáticos construíram países
como os Estados Unidos ou a Inglaterra. Contribuíram para a humanidade com o
direito romano, com o método cartesiano e com a divisão de poderes das
democracias, pois todas essas aquisições são simples ideias surgidas do mundo
prático.
Os idealistas geraram a Alemanha
nazista e o stalinismo. Os idealistas transformaram o mundo clássico na
ditadura medieval promovida pela Igreja Católica, pois irremediavelmente eles
tentam aplicar o que pensam, muitas vezes com as melhores intenções do mundo, mas
infelizmente o mundo não é um quadro passível de encaixe na sua moldura.
Existem outros dois tipos de
homens. Os que utilizam argumentos de verdade e os que utilizam argumentos de
validade. Para a ciência do direito, os argumentos de validade são necessários
para deter o poder do Estado sobre o indivíduo. Em todas as outras ciências, os
argumentos de validade são maneiras de mentir.
Quando um indivíduo fala que “o
socialismo que eu penso não é o que já existiu e não deu certo”, ou “a igreja
de Cristo não é esta que está aí”, está utilizando argumentos de validade, pois
não é possível conferir a veracidade de uma informação que se localiza em um
futuro utópico. Em qualquer discussão que não ocorra dentro de um tribunal,
quem usa argumentos de validade é desinformado ou, mais provavelmente,
desonesto mesmo.
Existem alguns outros parâmetros absolutos
para se começar a conversar.
Nunca existiu na história uma guerra entre duas democracias, o que coloca por terra a ideia que estas
acontecem por questões econômicas. Dessa maneira, a democracia é um valor em
si, pragmático, e não um valor idealizado e abstrato como a paz. Quem fala em
paz
per se é idealista, desinformado
e sem conexão com a realidade do mundo ao redor, ou está mentindo. Ou ambos.
Países com maior Índice de
Desenvolvimento Humano possuem maior qualidade de vida que os países com menor
IDH. Portanto este é um valor absoluto, e não abstrato, como o Índice de
Felicidade Bruta, que coloca o Butão como melhor país do mundo. Pessoas que
defendam a pobreza são idealistas, desinformadas e sem conexão com a realidade
do mundo ao redor, ou estão mentindo. Ou ambos.
IDH é um valor positivo, mas não
diz tudo sobre um país. Mesmo não sendo os maiores IDHs do mundo, as pessoas
sonham em emigrarem para os Estados Unidos e para a Austrália, e não para a
Áustria ou para Singapura. Por quê? Por que esses países possuem a melhor
relação entre IDH e baixos impostos, garantindo, portanto, maior liberdade
econômica para os indivíduos. De nada vale ter boas escolas e hospitais, pois, dizia
Cristo, nem só de pão vive o homem. Um Porsche e uma casa com piscina também
são importantes na vida e desejados por todos. Assim, além de melhor qualidade
de vida, deve-se lutar também pelos menores impostos possíveis.
Qualidade de vida e riqueza da
maior quantidade possível de indivíduos, tampouco é suficiente. É por isso que
as pessoas preferem viver em Nova Iorque ou em Paris a morar em Dubai. É da
natureza humana sonhar em ser livre para tomar uma cerveja ou beijar a namorada.
Dessa maneira, a liberdade, seja de expressão, locomoção e de atitudes que não
avancem sobre os direitos alheios também é um valor absoluto.
Para começar a conversar,
portanto, é preciso que o interlocutor tenha uma maneira pragmática de ver o
mundo e utilize argumentos de verdade sobre os de validade. É preciso que ele
defenda a democracia, a liberdade, a riqueza e a qualidade de vida.
Com os demais não vale a pena
abrir a boca. Pérolas aos porcos, como dizia, de novo, Cristo, pois são indivíduos desinformados e sem conexão com a realidade
do mundo ao redor.
Ou estão mentindo.
Ou ambos.
Luiz de W. Bonow, Curitiba,
28/07/2015