Os Miseráveis
Pobreza é algo físico, é não ter o mínimo para as necessidades. Miséria é diferente, trata-se de uma pobreza da alma.
Existem pobres que são miseráveis e existem também, paradoxo, milionários que são miseráveis. Ao contrário do que pode parecer em um primeiro golpe de vista, miséria não é relacionada com dinheiro, é algo mais profundo.
Mas não é pelo fato de ser algo da alma, que não pode ser apreciada no mundo material. Miséria é aquilo que faz com que a pessoa gaste milhares de dinheiros para construir uma casa, mas pelos anos seguintes não destine nada para rebocar e pintar as paredes. Miséria é aquilo que faz com que ao invés de criar um degrau ou uma rampa no declive da calçada, o cidadão apenas revista o terreno com concreto e ache que a sua obra está perfeita. Miséria é deixar o mato crescer no gramado.
Em um país pobre, as ruas são de terra, mas limpas e arborizadas, países miseráveis têm ruas asfaltadas, mas com o piso totalmente irregular e quando se aponta esse fato para as pessoas que vivem ali, elas apenas dizem: “a pista é boa, é asfaltada...!”, mas não, não é boa. Miséria é uma qualidade apenas “pro forma”, não uma melhoria real.
Assim distinguem-se os países desenvolvidos dos demais, não é questão de riqueza, de PIB, de IDH, nada disso, um índice que deveria ser criado, mais importante do que os outros todos, é o da miserabilidade do povo.
Assim, quando me falam que o nosso país tem melhorado a olhos vistos, eu pergunto, onde, que matemática é essa que não passa por um cálculo mais detalhado? Pagamos as contas? Aumentamos o salário mínimo? Vencemos a inflação? Confiamos no Voto Eletrônico? Entramos no IDH de países desenvolvidos? Somos das primeiras economias do mundo? Bravo! Bravo, bravo, Brasil!
Porém, pergunto, onde está o desenvolvimento, se vivemos com medo de sair às ruas. Os rios continuam poluídos porque as pessoas não têm saneamento básico. Milhões de cachorros vadios fazem cocô nas calçadas. Igrejas barulhentas, carros de som e música alta incomodam nosso cotidiano. As estradas continuam esburacadas e as cidades crescendo desordenadamente, mas todos acham que está tudo indo bem, porque a mentalidade continua miserável.
Mandamos um brasileiro ao espaço, mas não conseguimos ganhar um Nobel. A indústria de cinema é rica, mas não conseguimos ganhar um Oscar. Ajudamos diversos países, mas não conseguimos ganhar uma cadeira no Conselho de Segurança. Por que será que não somos reconhecidos? Coitadinhos de nós...
Estamos saindo da pobreza, que isso fique bem claro, mas para deixarmos a miséria isso será bem mais difícil, pois será preciso vencermos algo bem mais profundo, a pobreza da alma.
Existem pobres que são miseráveis e existem também, paradoxo, milionários que são miseráveis. Ao contrário do que pode parecer em um primeiro golpe de vista, miséria não é relacionada com dinheiro, é algo mais profundo.
Mas não é pelo fato de ser algo da alma, que não pode ser apreciada no mundo material. Miséria é aquilo que faz com que a pessoa gaste milhares de dinheiros para construir uma casa, mas pelos anos seguintes não destine nada para rebocar e pintar as paredes. Miséria é aquilo que faz com que ao invés de criar um degrau ou uma rampa no declive da calçada, o cidadão apenas revista o terreno com concreto e ache que a sua obra está perfeita. Miséria é deixar o mato crescer no gramado.
Em um país pobre, as ruas são de terra, mas limpas e arborizadas, países miseráveis têm ruas asfaltadas, mas com o piso totalmente irregular e quando se aponta esse fato para as pessoas que vivem ali, elas apenas dizem: “a pista é boa, é asfaltada...!”, mas não, não é boa. Miséria é uma qualidade apenas “pro forma”, não uma melhoria real.
Assim distinguem-se os países desenvolvidos dos demais, não é questão de riqueza, de PIB, de IDH, nada disso, um índice que deveria ser criado, mais importante do que os outros todos, é o da miserabilidade do povo.
Assim, quando me falam que o nosso país tem melhorado a olhos vistos, eu pergunto, onde, que matemática é essa que não passa por um cálculo mais detalhado? Pagamos as contas? Aumentamos o salário mínimo? Vencemos a inflação? Confiamos no Voto Eletrônico? Entramos no IDH de países desenvolvidos? Somos das primeiras economias do mundo? Bravo! Bravo, bravo, Brasil!
Porém, pergunto, onde está o desenvolvimento, se vivemos com medo de sair às ruas. Os rios continuam poluídos porque as pessoas não têm saneamento básico. Milhões de cachorros vadios fazem cocô nas calçadas. Igrejas barulhentas, carros de som e música alta incomodam nosso cotidiano. As estradas continuam esburacadas e as cidades crescendo desordenadamente, mas todos acham que está tudo indo bem, porque a mentalidade continua miserável.
Mandamos um brasileiro ao espaço, mas não conseguimos ganhar um Nobel. A indústria de cinema é rica, mas não conseguimos ganhar um Oscar. Ajudamos diversos países, mas não conseguimos ganhar uma cadeira no Conselho de Segurança. Por que será que não somos reconhecidos? Coitadinhos de nós...
Estamos saindo da pobreza, que isso fique bem claro, mas para deixarmos a miséria isso será bem mais difícil, pois será preciso vencermos algo bem mais profundo, a pobreza da alma.
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