quinta-feira, 20 de maio de 2010

Leite

O governo não gera dinheiro, apenas repassa aquilo que arrecada.
Digamos que o governo passe a conceder bolsa-leite para os pobres.
Para arrecadar esse dinheiro, ele cobraria impostos sobre o leite.
Cobrando impostos, o preço do leite sobe.
Todos pagam mais pelo produto, inclusive os pobres.
No meio do caminho entre a arrecadação e o repasse, existem perdas.
Essas perdas são decorrentes (a) dos custos burocráticos e (b) da corrupção.
Ora, direis, mas as alíquotas do leite são reduzidas, não são cobrados impostos severos.
Sim, respondo-vos, mas cobrar-se-ão, demasiada e extorsivamente, impostos do caminhão do leite, do combustível do caminhão do leite, da loja que vende o leite, do salário do empregado, da fazenda, da vaca... Em última instância, o preço sobe, portanto cobram-se impostos sobre o leite, apesar de não aparentar.
Em resumo, o que o governo faz?
Ele tira dinheiro do leite dos pobres, roubando um pouco, ou muito, no meio do caminho, e depois devolve esse dinheiro aos pobres na forma de leite.
E assim, sobre aquilo que os pobres ganhariam, acabam por pagar a mais no preço do tão necessário leite, levando prejuízo.
E assim, os pobres, iludidos por essa mirabolante matemática, votam nos candidatos do governo.
E assim, os nossos inteligentes intelectuais, interessados em também mamar, saem por aí dizendo que nunca antes na história desse país, tantos pobres tomaram tanto leite.

Um comentário:

Rodrigo disse...

É uma pena que os pobres, em sua maioria, não enxerguem essa "matemágica" governamental.