Nunca Houve uma Guerra entre Duas Democracias
Poucos meses após o término da Guerra das Malvinas, fui acampar em Posadas, na Argentina e, às margens do Rio Paraná, fiz amizade com o salva-vidas que havia sido sargento durante a guerra.
Estando eu naquela idade em que a psicologia ainda não conseguiu definir exatamente entre juventude airada e retardo mental, conversando sobre a experiência recente do argentino, lá pelas tantas perguntei para ele: “y entonces, usted ha matado muchos gurkas?”. Ele me olhou com cara feia e ficou quieto, mudando de assunto.
Naquele momento, percebi que, apesar de termos quase a mesma idade, ele já era um homem vivido e eu, um pirralho. Eu ainda estava naquela fase de acreditar que existia uma solidariedade sul-americana e que os mais fracos estão sempre com a razão.
Acontece que não era só eu, esse era o zeitgeist. Os jornais da época incentivavam essa visão de que a Argentina, por ser próxima, teria o “direito natural” às Malvinas e que a guerra era a opção natural. Aliás, até hoje em dia, se vê placas pelas rodovias de lá: “Malvinas son Argentinas”.
O fato histórico é que o Galtieri, um ditadorzinho de republiqueta, resolveu fazer uma bravata contra um dos países militarmente mais fortes do mundo. É possível que tenha sido a guerra mais quixotesca da história: curta, sanguinolenta, de precisão cirúrgica e extremamente estúpida. A Argentina era um rato rugindo.
Uma das maiores mentiras que as nossas esquerdas nos impingem é a de que guerras são causadas por motivos econômicos. Se fosse assim, já teriam ocorrido guerras entre duas democracias, pois os interesses econômicos valem para todos os países, mas isso não aconteceu em mais de duzentos anos da existência dos estados democráticos modernos.
A França e a Inglaterra eram inimigos históricos, quando eram dominados por autocracias ditatoriais. Deixaram de ser. O mesmo ocorreu entre a França e a Alemanha, guerreavam porque a Alemanha era uma ditadura. A Coréia do Norte é uma ditadura até hoje. O Vietnam estava sendo transformado em uma ditadura. Muitos países africanos. O Iraque e o Afeganistão...
O Brasil tinha medo de entrar em guerra com a Argentina quando éramos duas ditaduras, agora temos medo de entrar em guerra com a Venezuela. Por que o perigo se mudou do sul para o norte? Simples, porque mudou a ditadura de local!
Guerras são provocadas pelos governos. Povos têm governos que merecem.
E, também outro fato histórico, os intelectuais das respectivas épocas que sempre se auto-proclamaram pacifistas, foram metodicamente contra as democracias e a favor dos regimes ditatoriais. Na Inglaterra, a eugenia de Hitler foi aclamada por intelectuais do porte de Bernard Shaw e H.G. Wells. Nos Estados Unidos, milionários como Rockfeller financiavam ações eugenistas. Até por aqui, o “santo” comunista Jorge Amado foi colaborador nazista durante a guerra, verdade escamoteada pelos nossos esquerdinhas de plantão.
Sendo assim, fico incomodado quando me dizem que a causa da guerra na Palestina é para a família Bush desovar estoques de armas. Ou porque os judeus americanos mandam milhões para Israel promover um genocídio. Fico incomodado por uma imprensa que afirma que os palestinos só disparam mísseis caseiros (a existência de um míssel não pressupõe uma indústria – e um comércio – bélico?), quando se critica as ações desproporcionais de Israel (existe uma guerra bem proporcionada?), quando confundem israelenses com judeus, num nítido racismo, mas não confundem palestinos com muçulmanos, numa nítida atitude tendenciosa. Fico incomodado quando ditadores como Chavez, os irmãos Castro e Almadinejah se alinham com a causa palestina e ninguém levanta a voz para lembrar que eles são inimigos da liberdade.
Fico incomodado com uma imprensa que afirma que Israel joga armas de alta tecnologia contra crianças de estilingue e que tenta negar que não existem crianças-bomba. Durante a Segunda-Guerra, os nazistas treinaram cachorros para comer linguiças embaixo de tanques e os encheram de explosivos quando chegaram as tropas russas. Dessa maneira, os russos eram obrigados a disparar contra todos os cães que viam pelas ruas, pois eram um potencial torpedo. Criando crianças-bomba, os palestinos estão dando aos seus filhos a mesma consideração que os nazistas davam a seus cachorros, mas disso ninguém fala.
A verdade histórica continua valendo. Guerras são causadas por ditadores fazendo bravatas à la General Galtieri. Israel é uma democracia cercada por um mar de ditaduras. O fim da guerra não se dará com o cessar-fogo, mas apenas quando o conceito de regime do povo, pelo povo e para o povo for incorporado nesses países, o que certamente durará séculos para acontecer.
Estando eu naquela idade em que a psicologia ainda não conseguiu definir exatamente entre juventude airada e retardo mental, conversando sobre a experiência recente do argentino, lá pelas tantas perguntei para ele: “y entonces, usted ha matado muchos gurkas?”. Ele me olhou com cara feia e ficou quieto, mudando de assunto.
Naquele momento, percebi que, apesar de termos quase a mesma idade, ele já era um homem vivido e eu, um pirralho. Eu ainda estava naquela fase de acreditar que existia uma solidariedade sul-americana e que os mais fracos estão sempre com a razão.
Acontece que não era só eu, esse era o zeitgeist. Os jornais da época incentivavam essa visão de que a Argentina, por ser próxima, teria o “direito natural” às Malvinas e que a guerra era a opção natural. Aliás, até hoje em dia, se vê placas pelas rodovias de lá: “Malvinas son Argentinas”.
O fato histórico é que o Galtieri, um ditadorzinho de republiqueta, resolveu fazer uma bravata contra um dos países militarmente mais fortes do mundo. É possível que tenha sido a guerra mais quixotesca da história: curta, sanguinolenta, de precisão cirúrgica e extremamente estúpida. A Argentina era um rato rugindo.
Uma das maiores mentiras que as nossas esquerdas nos impingem é a de que guerras são causadas por motivos econômicos. Se fosse assim, já teriam ocorrido guerras entre duas democracias, pois os interesses econômicos valem para todos os países, mas isso não aconteceu em mais de duzentos anos da existência dos estados democráticos modernos.
A França e a Inglaterra eram inimigos históricos, quando eram dominados por autocracias ditatoriais. Deixaram de ser. O mesmo ocorreu entre a França e a Alemanha, guerreavam porque a Alemanha era uma ditadura. A Coréia do Norte é uma ditadura até hoje. O Vietnam estava sendo transformado em uma ditadura. Muitos países africanos. O Iraque e o Afeganistão...
O Brasil tinha medo de entrar em guerra com a Argentina quando éramos duas ditaduras, agora temos medo de entrar em guerra com a Venezuela. Por que o perigo se mudou do sul para o norte? Simples, porque mudou a ditadura de local!
Guerras são provocadas pelos governos. Povos têm governos que merecem.
E, também outro fato histórico, os intelectuais das respectivas épocas que sempre se auto-proclamaram pacifistas, foram metodicamente contra as democracias e a favor dos regimes ditatoriais. Na Inglaterra, a eugenia de Hitler foi aclamada por intelectuais do porte de Bernard Shaw e H.G. Wells. Nos Estados Unidos, milionários como Rockfeller financiavam ações eugenistas. Até por aqui, o “santo” comunista Jorge Amado foi colaborador nazista durante a guerra, verdade escamoteada pelos nossos esquerdinhas de plantão.
Sendo assim, fico incomodado quando me dizem que a causa da guerra na Palestina é para a família Bush desovar estoques de armas. Ou porque os judeus americanos mandam milhões para Israel promover um genocídio. Fico incomodado por uma imprensa que afirma que os palestinos só disparam mísseis caseiros (a existência de um míssel não pressupõe uma indústria – e um comércio – bélico?), quando se critica as ações desproporcionais de Israel (existe uma guerra bem proporcionada?), quando confundem israelenses com judeus, num nítido racismo, mas não confundem palestinos com muçulmanos, numa nítida atitude tendenciosa. Fico incomodado quando ditadores como Chavez, os irmãos Castro e Almadinejah se alinham com a causa palestina e ninguém levanta a voz para lembrar que eles são inimigos da liberdade.
Fico incomodado com uma imprensa que afirma que Israel joga armas de alta tecnologia contra crianças de estilingue e que tenta negar que não existem crianças-bomba. Durante a Segunda-Guerra, os nazistas treinaram cachorros para comer linguiças embaixo de tanques e os encheram de explosivos quando chegaram as tropas russas. Dessa maneira, os russos eram obrigados a disparar contra todos os cães que viam pelas ruas, pois eram um potencial torpedo. Criando crianças-bomba, os palestinos estão dando aos seus filhos a mesma consideração que os nazistas davam a seus cachorros, mas disso ninguém fala.
A verdade histórica continua valendo. Guerras são causadas por ditadores fazendo bravatas à la General Galtieri. Israel é uma democracia cercada por um mar de ditaduras. O fim da guerra não se dará com o cessar-fogo, mas apenas quando o conceito de regime do povo, pelo povo e para o povo for incorporado nesses países, o que certamente durará séculos para acontecer.
No entanto, para Israel é uma guerra já vencida, pois temos um último fato que nos consola: historicamente, as democracias sempre vencem!
4 comentários:
Caro Bonow, gostaria de tecer um comentário mais refinado sobre o quanto seu texto é acertado e como tocou minha sensibilidade encontrar no mar da internet (e totalmente por acaso) alguém que fale daquilo que eu penso e sinto em angustiante solidão. Sou historiador e, no meu meio, nunca encontrei alguém para enxergar obviedades tão importantes quanto as que você ajuntou nesse texto. É claro que isso é consequência do fanatismo ideológico que domina nossa Academia e impede nosso povo de simplesmente pensar. A sensação que tenho é de viver ilhado. Não sei se aí em Curitiba você se sente assim. Espero que não. Mas, enfim, é bom ter encontrado o Bonowblog. Estarei por aqui.
Não sei se de fato existe notícias de uma guerra entre países que sejam democracias representativas. Mas é inegável que o maior país 'democrático' do mundo seja o país que mais faz guerra. Diz que é em defesa da democracia, mas todos sabem que é pelo vil metal, tanto que não se negam a apoiar ditadores quando é conveniente.
Guerream mas não contra outras democracias.
Guerream mas não contra outras democracias.
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