Da Igualdade e do Futuro
Como garantir iguais oportunidades e os direitos conquistados às gerações futuras?
Para respondermos essas questões devemos nos perguntar qual é a razão das desigualdades entre os homens. Por este termo, nos referimos especificamente às desigualdades econômicas, que são de dois tipos, qualitativas e quantitativas.
Como sabemos, um cirurgião neurológico normalmente recebe muito mais pelos seus serviços do que um professor de história, mesmo que ambos tenham passado o mesmo tempo nos bancos escolares.
Por que isso ocorre? Porque existe uma diferença econômica qualitativa: quando tivermos um tumor no cérebro teremos necessariamente que procurar um médico, mas podemos viver perfeitamente com uma dúvida em história. A necessidade imediata cria escassez de profissionais e gera diferenças salariais gritantes.
Por outro lado, dois médicos com a mesma formação, recebem também valores diferentes pelos seus serviços, pois ocorrem diferenças quantitativas, incluídos neste item não só a capacidade profissional individual, como também a capacidade de marketing, de empreendedorismo, de carisma e relacionamentos pessoais e até mesmo de sorte, que é um fator importante na vida.
A primeira resposta, portanto, é que iguais oportunidades não geram iguais resultados e isso não pode ser diferente, pois se recompensarmos as pessoas igualmente pelo resultado, isto é, equalizar o salário de todos em um único patamar, através de determinação estatal ou impostos muito desiguais, faltarão cirurgiões neurológicos e engenheiros aeroespaciais e sobrarão fotógrafos de mulheres nuas e degustadores de chocolate, pois o incentivo econômico é um dos principais fatores que determina a vocação.
Assim, podemos afirmar com certeza que o futuro não só não será igualitário, como gerarmos iguais oportunidades não nos aproximará dessa utopia absurda.
A segunda questão é como garantirmos os direitos conquistados às gerações futuras.
Ora, a queda do Muro de Berlim provou que é impossível planejar o direito e a economia no espaço, como poderíamos ousar planejá-los no tempo? A ideia de gerar uma colônia de formigas humanas não deu certo e nem dará, já que, desculpe ao leitor o lugar-comum de filosofia oriental barata, mas a única coisa permanente na vida é a mudança. As intrínsecas diferenças entre os homens, totalmente insanáveis, e a total imprevisibilidade do futuro nos garantem apenas uma afirmação: a de que nada é garantido.
Napoleão tentou criar um código civil dos franceses, com a pretensão de ser universal em vontades e valores, ficando totalmente ultrapassado poucos anos depois, já que a humanidade evolui. Todas as tentativas históricas neste sentido fracassaram de forma humilhante.
Mas, supondo que nós realmente tenhamos conquistado definitivamente valores e princípios universais, supondo que esses valores e princípios existam e sejam realmente universais, o que já é um ponto de partida completamente absurdo, mas vá lá, como os garantir às gerações futuras?
A resposta é: não podemos. Já que o ser humano, desigual por natureza, pensa, evolui, reconsidera, estuda, cresce...
E isso é bom.
E isso não deve ser mudado.
E, felizmente, não se pode.
Para respondermos essas questões devemos nos perguntar qual é a razão das desigualdades entre os homens. Por este termo, nos referimos especificamente às desigualdades econômicas, que são de dois tipos, qualitativas e quantitativas.
Como sabemos, um cirurgião neurológico normalmente recebe muito mais pelos seus serviços do que um professor de história, mesmo que ambos tenham passado o mesmo tempo nos bancos escolares.
Por que isso ocorre? Porque existe uma diferença econômica qualitativa: quando tivermos um tumor no cérebro teremos necessariamente que procurar um médico, mas podemos viver perfeitamente com uma dúvida em história. A necessidade imediata cria escassez de profissionais e gera diferenças salariais gritantes.
Por outro lado, dois médicos com a mesma formação, recebem também valores diferentes pelos seus serviços, pois ocorrem diferenças quantitativas, incluídos neste item não só a capacidade profissional individual, como também a capacidade de marketing, de empreendedorismo, de carisma e relacionamentos pessoais e até mesmo de sorte, que é um fator importante na vida.
A primeira resposta, portanto, é que iguais oportunidades não geram iguais resultados e isso não pode ser diferente, pois se recompensarmos as pessoas igualmente pelo resultado, isto é, equalizar o salário de todos em um único patamar, através de determinação estatal ou impostos muito desiguais, faltarão cirurgiões neurológicos e engenheiros aeroespaciais e sobrarão fotógrafos de mulheres nuas e degustadores de chocolate, pois o incentivo econômico é um dos principais fatores que determina a vocação.
Assim, podemos afirmar com certeza que o futuro não só não será igualitário, como gerarmos iguais oportunidades não nos aproximará dessa utopia absurda.
A segunda questão é como garantirmos os direitos conquistados às gerações futuras.
Ora, a queda do Muro de Berlim provou que é impossível planejar o direito e a economia no espaço, como poderíamos ousar planejá-los no tempo? A ideia de gerar uma colônia de formigas humanas não deu certo e nem dará, já que, desculpe ao leitor o lugar-comum de filosofia oriental barata, mas a única coisa permanente na vida é a mudança. As intrínsecas diferenças entre os homens, totalmente insanáveis, e a total imprevisibilidade do futuro nos garantem apenas uma afirmação: a de que nada é garantido.
Napoleão tentou criar um código civil dos franceses, com a pretensão de ser universal em vontades e valores, ficando totalmente ultrapassado poucos anos depois, já que a humanidade evolui. Todas as tentativas históricas neste sentido fracassaram de forma humilhante.
Mas, supondo que nós realmente tenhamos conquistado definitivamente valores e princípios universais, supondo que esses valores e princípios existam e sejam realmente universais, o que já é um ponto de partida completamente absurdo, mas vá lá, como os garantir às gerações futuras?
A resposta é: não podemos. Já que o ser humano, desigual por natureza, pensa, evolui, reconsidera, estuda, cresce...
E isso é bom.
E isso não deve ser mudado.
E, felizmente, não se pode.
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