Das Pessoas Que Eu Gosto
As pessoas que eu gosto possuem três características.
As pessoas que eu não vou muito com a cara não possuem uma ou mais dessas características.
As pessoas que eu gosto, gostam de comer bem.
E o que tem de tão especial nas pessoas que gostam de comer bem?
É porque o prazer não é algo estanque. Pessoas que gostam de comer bem, bem sabem também apreciar a beleza da vida, conseguem perceber a transcendência de uma obra de arte, o êxtase de um pôr-do-sol e a epifania de uma relação amorosa. E como o prazer não é algo estanque, têm também consciência da finitude desta efêmera vida e que se algo não fizerem do algo de tempo que lhes resta, passarão pela existência como se nunca tivessem existido.
Pessoas que gostam de comer bem, importam-se se tiverem que passar pela vida como se nunca tivessem existido, incomodam-se com a mediocridade.
Pessoas que gostam de comer bem é que trazem significância para o restante de seus pares, pares para os quais não têm muita importância as garfadas de pouco gosto.
As pessoas que eu gosto, têm caráter.
Não falo das pessoas que não furtam e nem atentam contra a vida de seus desafetos, não é desse caráter graúdo, ponto passivo, a que me refiro, sobre o qual nem seria preciso mencionar, mas o caráter minúsculo, cotidiano.
É não dizer uma coisa que não possa cumprir, apenas para levar uma vantagem momentânea. É não fazer coisas sobre as quais precise mentir. É interferir contra as injustiças, não aquelas injustiças que tenham sido praticadas contra si próprio, mas fundamentalmente defender o outro até o limite de suas possibilidades e forças simplesmente porque vê ali um rasgo de razão, é não se omitir, não se evadir, falar o que pensa, mesmo sabendo que algumas vezes vai fazer inimizades.
Por fim, as pessoas que eu gosto, não confundem caráter com moral.
As pessoas que eu gosto, são amorais.
Muitas vezes a moralidade é vista como algo positivo, mas dentro do meu ponto de vista, não passa de um desejo doentio de pertencer a um grupo. O moralista é aquele que pensa com a cabeça do outro, ou, pior, pensa com o dedo indicador do outro, que pensa que o aponta inquisitorialmente.
O moralista é aquele que pensa como pensa que o outro deve pensar do que ele próprio deveria pensar.
Ele pensa como o padre, como o papai e a mamãe, como o chefe, como o partido político, como o time de futebol, como o vizinho de muro deveriam pensar daquilo que ele deveria pensar.
São aquelas pessoas para as quais os do seu grupo são infinitamente, imaculadamente, bons e os adversários são impuros e passivos de eliminação.
São aquelas pessoas que pensam que a sua moral é o seu caráter, ou mais ainda, o caráter único existente. Incontestável.
Só as pessoas amorais são livres porque se comunicam diretamente consigo mesmas, sem intermediários, portanto não são capazes de mentir para si próprias e consequentemente não têm a capacidade de mentir para o próximo.
E quem não mente, quem tem caráter e quem come bem é uma pessoa íntegra.
E essas são as pessoas que eu gosto. As demais, não vou muito com a cara.
As pessoas que eu não vou muito com a cara não possuem uma ou mais dessas características.
As pessoas que eu gosto, gostam de comer bem.
E o que tem de tão especial nas pessoas que gostam de comer bem?
É porque o prazer não é algo estanque. Pessoas que gostam de comer bem, bem sabem também apreciar a beleza da vida, conseguem perceber a transcendência de uma obra de arte, o êxtase de um pôr-do-sol e a epifania de uma relação amorosa. E como o prazer não é algo estanque, têm também consciência da finitude desta efêmera vida e que se algo não fizerem do algo de tempo que lhes resta, passarão pela existência como se nunca tivessem existido.
Pessoas que gostam de comer bem, importam-se se tiverem que passar pela vida como se nunca tivessem existido, incomodam-se com a mediocridade.
Pessoas que gostam de comer bem é que trazem significância para o restante de seus pares, pares para os quais não têm muita importância as garfadas de pouco gosto.
As pessoas que eu gosto, têm caráter.
Não falo das pessoas que não furtam e nem atentam contra a vida de seus desafetos, não é desse caráter graúdo, ponto passivo, a que me refiro, sobre o qual nem seria preciso mencionar, mas o caráter minúsculo, cotidiano.
É não dizer uma coisa que não possa cumprir, apenas para levar uma vantagem momentânea. É não fazer coisas sobre as quais precise mentir. É interferir contra as injustiças, não aquelas injustiças que tenham sido praticadas contra si próprio, mas fundamentalmente defender o outro até o limite de suas possibilidades e forças simplesmente porque vê ali um rasgo de razão, é não se omitir, não se evadir, falar o que pensa, mesmo sabendo que algumas vezes vai fazer inimizades.
Por fim, as pessoas que eu gosto, não confundem caráter com moral.
As pessoas que eu gosto, são amorais.
Muitas vezes a moralidade é vista como algo positivo, mas dentro do meu ponto de vista, não passa de um desejo doentio de pertencer a um grupo. O moralista é aquele que pensa com a cabeça do outro, ou, pior, pensa com o dedo indicador do outro, que pensa que o aponta inquisitorialmente.
O moralista é aquele que pensa como pensa que o outro deve pensar do que ele próprio deveria pensar.
Ele pensa como o padre, como o papai e a mamãe, como o chefe, como o partido político, como o time de futebol, como o vizinho de muro deveriam pensar daquilo que ele deveria pensar.
São aquelas pessoas para as quais os do seu grupo são infinitamente, imaculadamente, bons e os adversários são impuros e passivos de eliminação.
São aquelas pessoas que pensam que a sua moral é o seu caráter, ou mais ainda, o caráter único existente. Incontestável.
Só as pessoas amorais são livres porque se comunicam diretamente consigo mesmas, sem intermediários, portanto não são capazes de mentir para si próprias e consequentemente não têm a capacidade de mentir para o próximo.
E quem não mente, quem tem caráter e quem come bem é uma pessoa íntegra.
E essas são as pessoas que eu gosto. As demais, não vou muito com a cara.
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