domingo, 9 de dezembro de 2007

A Física do Caos

De repente, estou atônito e passivo
Diante os teus olhos, dois buracos negros
E dos teus lábios, uma tira de Möbius,
Dentro dos quais tudo é relativo.
Aqui, teus predicados sobressaem
E tua beleza é vida e arte,
Não me serve mais Descartes
E posso jogar fora Einstein.
Para compreender tuas lides
De nada mais me vale Euclides,
Pois como reduzir teu seio a uma maluca equação
E nomeá-lo como parabolóide de revolução?
Se teu corpo é paisagem bucólica,
Como chamar tua pele de curvatura hiperbólica?
Ao teu leito nada se sabe, tudo se intui,
O espaço se curva ao teu jeito,
O tempo nem sempre flui,
E o meu deficiente pensamento material
Não serve mais no teu mundo polidimensional.