O Neoiluminismo
Nenhuma idéia floresce antes de a sociedade estar pronta para ela. Os gregos já haviam descoberto o avião, a máquina a vapor, o computador e o robô dois milênios antes de nós e nem por isso essas idéias se desenvolveram naquela época.
Por outro lado, bastou um padre colocar uma folha de papel com suas idéias na porta da sua igreja que surgiu uma revolução nos hábitos e costumes de toda uma civilização. O protestantismo surgiu porque era a hora que o capitalismo precisava de expansão e o pensamento católico de condenação da usura e a sua inerente falta de ética à época não serviam mais ao mundo.
Uma segunda necessidade filosófica do capitalismo surgiu com o iluminismo. A liberdade de expressão, liberdade de contratos, o acesso de todos à justiça e a redução do paternalismo estatal se tornaram prementes com o surgimento da Revolução Industrial.
Estamos vivendo uma nova revolução, a revolução tecnológica e, portanto, podemos esperar uma nova revolução no pensamento. Ela estaria ocorrendo? Onde?
Ao meu ver, Domenico di Masi é um dos primeiros pensadores dessa nova era que promete uma certa mistura de produção de riqueza com um benefício social amplo e para uma grande maioria. Seria esta mais uma das tantas quimeras impossíveis com que a humanidade já sonhou? Aparentemente, não. De fato, tudo indica que a riqueza está mesmo cada vez mais abandonando os detentores dos meios de produção e migrando para os detentores do intelecto.
Como isso acontece na prática? As filosofias do capitalismo sempre buscam a consolidação da riqueza. A pergunta que deve ser formulada é de como um povo pode se tornar mais rico. Dessa maneira, para um cidadão do século XVI, ser rico era ser honesto. O século XVIII, por sua vez, foi o século da liberdade (e de suas caricaturas, a igualdade e a fraternidade). O que nos espera para o século XXI? O que é ser rico para nós?
Eu não gostaria de cair no lugar-comum de afirmar que este será o século da educação, porque isso não é verdade. Cuba é o exemplo que nem todos os países com bom nível de escolaridade respondem com progresso.
Ao meu ver, a ética deste neoiluminismo será a ética da criatividade e será preciso todo um sistema de pensamento para esse fim. Estão aí o Google, o Skype e os automóveis Flex para provar isso. Assim como um dia o capitalismo foi baseado na confiança e na honradez dos contratos e poucos séculos depois, na liberdade para pensar e empreender, o que vale para o nosso tempo são as idéias que possam ser transformadas em produtos.
Veja-se bem, assim como não é verdade que as idéias de honestidade foram criação dos protestantes ou que as de liberdade foram inventadas pelos enciclopedistas, a criatividade é uma qualidade humana, universal, o que vai nos diferenciar não é o fato de a valorizarmos, mas sim de estarmos nos encaminhando para criar uma nova ética.
Como valorizar alguém que cria? Como proteger a propriedade intelectual? Como distribuir a criação por entre os seus vários criadores? Como metodizar a criação? Como estabelecer parâmetros de qualidade entre uma criação e outra similar?
Parece que por essas perguntas é que no futuro vamos ser conhecidos como participantes desse momento em que vivemos.
Por outro lado, bastou um padre colocar uma folha de papel com suas idéias na porta da sua igreja que surgiu uma revolução nos hábitos e costumes de toda uma civilização. O protestantismo surgiu porque era a hora que o capitalismo precisava de expansão e o pensamento católico de condenação da usura e a sua inerente falta de ética à época não serviam mais ao mundo.
Uma segunda necessidade filosófica do capitalismo surgiu com o iluminismo. A liberdade de expressão, liberdade de contratos, o acesso de todos à justiça e a redução do paternalismo estatal se tornaram prementes com o surgimento da Revolução Industrial.
Estamos vivendo uma nova revolução, a revolução tecnológica e, portanto, podemos esperar uma nova revolução no pensamento. Ela estaria ocorrendo? Onde?
Ao meu ver, Domenico di Masi é um dos primeiros pensadores dessa nova era que promete uma certa mistura de produção de riqueza com um benefício social amplo e para uma grande maioria. Seria esta mais uma das tantas quimeras impossíveis com que a humanidade já sonhou? Aparentemente, não. De fato, tudo indica que a riqueza está mesmo cada vez mais abandonando os detentores dos meios de produção e migrando para os detentores do intelecto.
Como isso acontece na prática? As filosofias do capitalismo sempre buscam a consolidação da riqueza. A pergunta que deve ser formulada é de como um povo pode se tornar mais rico. Dessa maneira, para um cidadão do século XVI, ser rico era ser honesto. O século XVIII, por sua vez, foi o século da liberdade (e de suas caricaturas, a igualdade e a fraternidade). O que nos espera para o século XXI? O que é ser rico para nós?
Eu não gostaria de cair no lugar-comum de afirmar que este será o século da educação, porque isso não é verdade. Cuba é o exemplo que nem todos os países com bom nível de escolaridade respondem com progresso.
Ao meu ver, a ética deste neoiluminismo será a ética da criatividade e será preciso todo um sistema de pensamento para esse fim. Estão aí o Google, o Skype e os automóveis Flex para provar isso. Assim como um dia o capitalismo foi baseado na confiança e na honradez dos contratos e poucos séculos depois, na liberdade para pensar e empreender, o que vale para o nosso tempo são as idéias que possam ser transformadas em produtos.
Veja-se bem, assim como não é verdade que as idéias de honestidade foram criação dos protestantes ou que as de liberdade foram inventadas pelos enciclopedistas, a criatividade é uma qualidade humana, universal, o que vai nos diferenciar não é o fato de a valorizarmos, mas sim de estarmos nos encaminhando para criar uma nova ética.
Como valorizar alguém que cria? Como proteger a propriedade intelectual? Como distribuir a criação por entre os seus vários criadores? Como metodizar a criação? Como estabelecer parâmetros de qualidade entre uma criação e outra similar?
Parece que por essas perguntas é que no futuro vamos ser conhecidos como participantes desse momento em que vivemos.
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