sábado, 7 de abril de 2007

Política para Crianças: Dr. Bebeto e o Famaleal

Em uma noite de lua cheia, Dr. Bebeto catou o ovo de uma franga preta e enterrou no cemitério atrás da igreja até que apodrecesse. Treze luas depois desenterrou e pôs para chocar dentro de uma garrafa de pinga.
Ali e assim conseguiu seu próprio Famaleal, um diabinho preto, bem pequenino. Era careca, tinha olhos de gato, língua de cobra, barbicha de bode e pés de pato. Já nasceu falando e reconhecendo o seu mestre lá de dentro da garrafa.
Dr. Bebeto havia aprendido os segredos para criar um Famaleal com o seu amigo que vivia lá no norte, o Coronel Hugo, que por sua vez adorava que falassem bem dele próprio e mandava o Homem do Saco levar embora os seus desafetos, mas o diabinho dele tinha nascido na forma de um óleo escuro que brotava em suas terras.
Todos aqueles que criam um Famaleal sabem que ele vai deixá-los ricos, por isso a única pergunta que o diabinho fez era como ele queria receber essa riqueza. Dr. Bebeto pensou, pensou e demorou muito para decidir.
Como homem que amava a família, ele não queria que o seu demoniozinho ficasse só para si, emprestou para os seus irmãos, primos e muitos parentes, de modo que todos ficaram ricos também.
Este é um final feliz? Não.
Como em todos os monstrinhos, existe aí uma pegadinha. Quando um Famaleal traz riqueza para um, ele tira de outro. Famaleais são diabinhos maus. Dessa maneira, quando toda a família do Dr. Bebeto enriqueceu, as outras famílias da região ficaram muito, muito pobres e têm sofrido muito desde então.Por isso, criança, se um dia você tiver um demoniozinho dentro de uma garrafa, pense também em quem você não está vendo. Ajude o próximo, mas nem tão próximo assim.