sábado, 21 de julho de 2007

Parabéns

Gostaria de felicitar os dirigentes da TAM por tão corajoso gesto. Não é todo dia que se vê um vice-presidente técnico de uma grande empresa indo à TV, em um momento de comoção nacional, no qual as ações da companhia caíram vertiginosamente e ninguém sabia bulhufas dos detalhes do ocorrido, para assumir aquele tom de “mea culpa”.
Verdade é que foi, desculpem o neologismo, um “meia culpa”, pois não serviu em nada para esclarecer as causas do acidente, mas serviu enormemente para tirar o foco dos olhares sobre as acusações de responsabilidade do governo, ao ponto dos dois assessores diretos do presidente que estavam fazendo serão, terem sido flagrados em tresloucados gestos de felicidade. Fiquei com a impressão de que eles já esperavam por aquele pronunciamento, mas obviamente estou errado, pois como poderiam, se a iniciativa partiu da TAM? Muito provavelmente, depois de o próprio Presidente da República ter afirmado tantas vezes que não sabia de nada, deve ter ordenado aos seus assessores para ficarem até mais tarde trabalhando, assistindo ao Jornal Nacional para começarem a se informar...
É claro que em uma empresa que gira um capital de bilhões e que depende de uma estatal poderosíssima para conceder rotas e horários, um mínimo de pressões ou promessas por parte de altos dirigentes do governo poderiam até ter gerado esse comentário que afinal não compromete ninguém e, do meu ponto de vista, até melhora a imagem da empresa, mas não acredito que tenha sido isso que aconteceu. Prefiro acreditar na bondade humana, afinal, não é isso que ensinamos as nossas crianças quando eles quebram os seus brinquedos: a dizer a verdade ao invés de colocar a culpa no Amiguinho Imaginário? Verdade é sempre bom.
Por isso, a todos os dirigentes da empresa que se anteciparam às investigações, meus parabéns diante de gesto tão inesperado e incomum. Do fundo do coração, por terem sido tão bons este ano, espero que o Bom Velhinho traga muitos presentes no natal, porque muitas vezes na vida até tenho um certo descrédito com o gênero humano, mas em Papai Noel, ah!, eu acredito!

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