terça-feira, 31 de julho de 2007

Não Sê

Não sê malthusiano.
Malthus afirmava que iriam faltar alimentos no mundo e cada vez temos mais comida, apesar de pior distribuição. Agora os neo-malthusianos falam que irão faltar água, energia e minérios. Não vão, porque quando maior a escassez, mais os empresários investem recursos esperando aumentar os seus lucros. Os recursos do planeta não só não estão chegando perto do limite como também novas formas de uso desses recursos serão inventadas.
Não sê ludita.
Ludd pregava que as novas tecnologias deveriam ser destruídas.
Assim como hoje em dia ninguém imagina que jogar um tamanco dentro de uma máquina de tecelagem, irá deter o progresso, no futuro as pessoas vão rir daqueles que fazem passeatas contra os produtos transgênicos ou as pesquisas com células-tronco. O conhecimento humano e a tecnologia são inexoráveis, podemos apenas tentar usá-los para o bem, mas jamais impedir que eles passem a fazer parte das nossas vidas.
Não sê anarquista.
Um estado mínimo é necessário porque quem vai cuidar dos loucos, dos desvalidos, da honradez de contratos, punir os criminosos ou estabelecer o que é certo ou errado? Isso não quer dizer que devamos incentivar um estado que interfira nos mínimos detalhes de nossas vidas. O meio termo entre um Estado inexistente e um outro onipresente, deve ser buscado.
Não sê comunista.
Em primeiro lugar, pelo motivo de que as experiências comunistas fracassaram e conduziram a ditaduras sanguinárias e miséria do povo. Em segundo lugar, pelo bom senso: use os serviços de uma empresa privada, depois de uma repartição pública e decida qual você prefere: um local que você, cliente, é tratado como um rei, ou um local onde você é humilhado? Comunismo é isso: querer transformar todas as pessoas do mundo em funcionárias públicas e todos os bens e serviços em ineficiência estatal.
Não sê positivista.
O positivismo pregava que um grupo de pessoas esclarecidas deveria dominar e decidir o destino dos menos capazes. Esse pensamento leva ao surgimento de ditadores e caudilhos que acabam extorquindo da população as suas riquezas e surrupiando o seu livre-arbítrio.
Não sê fascista.
Fascismo é quando um pequeno grupo de canalhas mistura todas essas idéias estúpidas e fracassadas em um só lugar: prega um domínio do Estado onipresente, mas não faz com que o Estado cumpra as suas funções básicas. Eles pregam o atraso tecnológico e preferem reduzir os serviços oferecidos a melhorar a sua qualidade, inventam a bobagem de que os recursos disponíveis são limitados e usam isso como desculpa por sua incompetência e ainda apregoam que são os Donos da Moral e que ninguém é mais capaz do que eles para governar o povo sobre o qual se acham superiores e soberanos.

Um comentário:

João Nicácio disse...

Isso!
Simplesmente PERFEITO o texto!