domingo, 25 de novembro de 2007

O Algo Mais

Alguns lutam por comida e por teto,
Outros, por mais comida e mais tetos
E entre as lutas, meio que sem nexo
Apenas para perpetuar a espécie há o sexo,

Assim, vejo que a vida continua com viço
Com beleza, mas sem muito sentido prá isso
Quem sabe, após a morte exista um paraíso,
Uma iluminação ou um Baco diante do Elísio,

Mas, quem sabe, não.
Talvez estejamos só perdidos nessa imensidão
E cada filho, cada legume e cada cidade
Sejam só frutos de acasos e necessidades.

E se não for só a isso que a vida se destina?
E se houver algo mais, além de procriar e praticar rapina?
Se houver algo que no coração, ou sei lá onde, mora
Que amarre tudo com o aqui e agora?

Quem sabe se o amor não é a única fé cega,
E não falo do amor brutal ou do amor piegas,
Mas de algo bastante diferente
Que é um amor completo e transcendente.

Esse amor, que ultimamente anda um tanto esquivo,
Eleva, por ser iluminado e meditativo,
Mas ao mesmo tempo me empurra e me espeta
Por não ser imaginário, mas uma realidade concreta.

Por isso, sem esse amor, o que persigo?
O teto final, que é o teto do jazigo,
Ou tentar provar para sempre o colastro?
Não, meu amor, sem teu amor esse mundo é pouco vasto!

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