terça-feira, 27 de novembro de 2007

Profissões

Algumas profissões têm um mistério intrínseco que os comuns dos mortais não conseguem alcançar. É claro que existem muitas exceções, toda a generalização é incorreta, aquela coisa toda, mas até agora não consegui compreender certos fatos.
Por que será que muitos padres têm voz de padre? Paulista fala como paulista, gaúcho fala como gaúcho, nordestino fala como nordestino, mas um padre paulista fala como padre, não como paulista. Uma coisa que é dificílima na vida é alguém perder o seu sotaque regional, como é que eles conseguem?
E médico? Por que será que tanto médico tem caligrafia de médico? Assim como os arquitetos têm (ou pelo menos tinham antes dos computadores) aulas para tornar a caligrafia mais legível, será que aprendem alguma norma para escrever de forma que apenas os farmacêuticos consigam entender? Faz sentido, poderia ser uma regulamentação de saúde, para evitar auto-medicação pelos pacientes, sei lá.
E por que casa feita por engenheiro é diferente de casa feita por arquiteto? Está certo que ambos têm uma meia dúzia de disciplinas diferentes na faculdade, mas basicamente aprendem o mesmo, a erguer quatro paredes e colocar um teto em cima. Como podem existir um monte de arquitetos famosos, glamourizados pela mídia, e tão poucos engenheiros civis na mesma situação? Será que umas poucas aulas de história da arte e de artes plásticas fazem tanta diferença assim?
E por que muitos dentistas insistem em conversar com a gente quando estamos com a boca aberta, sabendo que não podemos responder? Já encontrei vários barbeiros caladões, mas um dentista, nunca, todos os que conheci falavam pelos cotovelos.
São mistérios que acho que nunca vou desvendar.

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