Vácuos de Papel
Angústia da página em branco? Nunca tive. Nunca entendi quem tem. Assunto para escrever nunca falta, o universo é amplo, para mim falta mais é tempo para colocar tudo o que eu gostaria.
Eu abro o Word e saio escrevendo, qualquer assunto é assunto, aliás, sempre digo que um escritor que se preze tem que saber colocar no papel tanto uma monografia quanto um hai-cai, escrever é um ato único, não interessa a forma.
O desenho já é uma coisa mais ampla, mas também é uma forma de escrever. Fundamentos de desenho deveriam ser ensinados na escola. Poucas pessoas sabem que um traço mais grosso significa que aquele traço está na frente de um outro mais fino. Isso é linguagem, é preciso aprender. Poucas pessoas percebem que linhas paralelas se dirigem a um mesmo ponto, o chamado ponto de fuga. Há quinhentos anos que isso foi descoberto e pouquíssimas pessoas têm essa informação.
Aprender outras línguas também nos fazem pensar na nossa própria. Por que um beija-flor não pode se chamar “pássaro zunidor”? Em inglês se chama. E borboletas não seriam “moscas de manteiga”? Poesias prontas. O espanhol nos lembram palavras do português antigo: alfombra, estúpido no sentido de ignorante, cerro, chiste... E o francês e o alemão com seus “on” e seu “man” para representar o reflexivo, palavras que faltam no português. Cama é uma palavra feminina? Em francês, é masculina. De onde tiramos que camas têm sexo? E meninas que são palavras sem sexo em alemão? E sol e lua, por que sempre associamos ao masculino e ao feminino, não interessa a língua?
Aliás, diz-se que uma idéia só existe quando existe uma palavra para a definir. Como se chama o conjunto de papéis de uma empresa: cartão de visita, papel timbrado, etc. Em inglês se chama “stationary”. E uma hora marcada? É um “appointment”. E colocar um livro em pé ou deitado em uma estante tem diferença? Em alemão, tem.
E a linguagem do corpo? Como criar um personagem sem saber que quando ele coça o rosto, tem boas chances de estar mentindo? E quando a moça mexe sensualmente no cabelo quer seduzir o rapaz.
Para acabar com a angústia da página em branco, é tudo uma questão de linguagem, basta apanhar peças esparsas deste imenso quebra-cabeças chamado vida e organizá-las nas diversas formas em que ela se manifesta a nós.
Dominar os códigos, é dominar a essência das coisas e a única maneira de conseguir acabar com os vácuos de papel.
Eu abro o Word e saio escrevendo, qualquer assunto é assunto, aliás, sempre digo que um escritor que se preze tem que saber colocar no papel tanto uma monografia quanto um hai-cai, escrever é um ato único, não interessa a forma.
O desenho já é uma coisa mais ampla, mas também é uma forma de escrever. Fundamentos de desenho deveriam ser ensinados na escola. Poucas pessoas sabem que um traço mais grosso significa que aquele traço está na frente de um outro mais fino. Isso é linguagem, é preciso aprender. Poucas pessoas percebem que linhas paralelas se dirigem a um mesmo ponto, o chamado ponto de fuga. Há quinhentos anos que isso foi descoberto e pouquíssimas pessoas têm essa informação.
Aprender outras línguas também nos fazem pensar na nossa própria. Por que um beija-flor não pode se chamar “pássaro zunidor”? Em inglês se chama. E borboletas não seriam “moscas de manteiga”? Poesias prontas. O espanhol nos lembram palavras do português antigo: alfombra, estúpido no sentido de ignorante, cerro, chiste... E o francês e o alemão com seus “on” e seu “man” para representar o reflexivo, palavras que faltam no português. Cama é uma palavra feminina? Em francês, é masculina. De onde tiramos que camas têm sexo? E meninas que são palavras sem sexo em alemão? E sol e lua, por que sempre associamos ao masculino e ao feminino, não interessa a língua?
Aliás, diz-se que uma idéia só existe quando existe uma palavra para a definir. Como se chama o conjunto de papéis de uma empresa: cartão de visita, papel timbrado, etc. Em inglês se chama “stationary”. E uma hora marcada? É um “appointment”. E colocar um livro em pé ou deitado em uma estante tem diferença? Em alemão, tem.
E a linguagem do corpo? Como criar um personagem sem saber que quando ele coça o rosto, tem boas chances de estar mentindo? E quando a moça mexe sensualmente no cabelo quer seduzir o rapaz.
Para acabar com a angústia da página em branco, é tudo uma questão de linguagem, basta apanhar peças esparsas deste imenso quebra-cabeças chamado vida e organizá-las nas diversas formas em que ela se manifesta a nós.
Dominar os códigos, é dominar a essência das coisas e a única maneira de conseguir acabar com os vácuos de papel.
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