quinta-feira, 19 de julho de 2007

Deus

Tente uma experiência que simula os oceanos da terra. Em uma bacia com água coloque um vibrador de modo a produzir ondas com freqüência constante. Estude as ondas estacionárias (aquelas que voltam ao bater na parede) de modo a ajustar o sistema para que cada ponto da bacia receba o mesmo número de ondas. Acrescente peças de plástico simulando praias, encostas e outros acidentes geográficos. Jogue pedras de gelo simulando as estações do ano e coloque tudo na carroceria em movimento de uma camionete para simular o movimento de coriolis do planeta. Agora tente manter a freqüência constante: ondas devem atingir cada ponto da bacia em uma razão de 26 ondas por minuto. Impossível? Acontece que é isso que acontece em todas as praias do mundo. Como pode?
Os canários chocam em 14 dias. A galinha em 21. Patos e gansos em 28. Gansos silvestres em 35. Papagaios e avestruzes em 42. Por que sempre em múltiplos de 7? E por que são sete as notas musicais, os planetas visíveis a olho nu e as cores do arco-íris? Coincidência?
O canguru pula, para que ele precisa de duas pernas? E, se a natureza sempre tende ao minimalismo, por que não temos a cabeça incrustrada no tronco, não ficaria mais protegida? Por que os animais superiores sempre possuem 5 extremidades? E cinco dedos? Quatro ou três não bastariam?
Falando ainda no número 5, por que a razão entre o pentagrama (estrela de cinco pontas) e o lado do pentágono em que ele se inscreve é de 1:1,618. E por que essa proporção é a mesma da falanges menores para as maiores dos nossos dedos e dos dedos para o pulso e da mão para o antebraço? E por que essa proporção está presente nas agulhas do abacaxi, nas cascas do pinheiro e na curva exponencial? E por que conchas de moluscos se curvam conforme a curva exponencial?
A laranja possui número par de gomos. A espiga de milho possui número par de grãos. O cacho de bananas tem número par de bananas na última fila, depois ímpar, depois par novamente e assim por diante. Para quê? Qual é a lógica?
O oxigênio, o hidrogênio e a grafite não possuem gosto. Se misturarmos os três, formaremos açúcar. De onde saiu o gosto? Como algo pode ser criado de nada?
E como, se sabemos todos os componentes químicos da vida, como ela se originou na atmosfera primitiva, por que não conseguimos criar uma mísera bactéria num laboratório? E por que morremos, se somos uma simples máquina sofisticada?
E por que na vida nunca recebemos um fardo que não possamos carregar?
Por que não conseguimos perceber outras dimensões, se elas existem matematicamente? E por que não é possível voltar no tempo? E por que em um sistema fechado, a energia é constante?
Tenho formação atéia e já defendi todos os argumentos para não se crer em um deus, mas para mim é cada vez mais difícil de negar que existe uma inteligência por trás de tudo no mundo.
A realidade dessa inteligência não quer dizer que devamos extirpar o clitóris de meninas, nem amarrar bombas ao corpo, promover genocídios, reprimir adolescentes sexualmente, subir escadarias de joelhos, doar nossos salários, banhar em rios poluídos... deus não tem nada a ver com religião. E nem com pastores, padres, bonzos, dervixes ou médiuns, pois não entender algo não quer dizer que devemos seguir o primeiro que nos diga que tem a resposta.
Estabelecer regras, tentar entender os obscuros desejos dessa inteligência e o pior: impor isso ao próximo, é o que há de mais contrário aos desígnios cósmicos. É um afastamento dessa sabedoria profunda presente em todas as coisas. Na prática, portanto, deus não existe, está fora de nosso mundo visível. A crença e a descrença não são idéias opostas, mas de planos diferentes.
Por isso, se hoje em dia me perguntam se sou ateu ou crente, só tenho numa resposta:
“- Depende...”

Um comentário:

Anônimo disse...

Estude a fundo sobre seleção natural, e suas dúvidas serão esclarecidas.