O Olhar
Só visitei Brasília uma vez na vida, a turismo. O avião pousou logo depois do meio dia e, assim que me instalei, fui até a rodoviária comprar passagem para o dia seguinte, pois queria conhecer Cuiabá. Fiquei amargamente arrependido, pois em uma tarde havia visto tudo e ainda tinha mais um dia de vida para desperdiçar naquela cidade horrível.
Hoje, depois de mais de vinte anos, não penso mais assim. Para apreciar Brasília, é preciso educação, não é uma beleza aos olhos, como o Rio ou Florianópolis, mas da mente. Assim como eu um dia fui cego a esse tipo de conhecimento, percebo que a maioria das pessoas não consegue enxergar o belo no ascetismo formal.
Uma das coisas que escrevi no meu livro A Empresa Sublime, foi que existe uma linha evolutiva do design que não pode ser quebrada. A linha vai sempre em direção à simplicidade. Tudo que for no sentido de limpar, de tornar mais aerodinâmico, mais liso e mais curvo pertence a essa linha e tudo que for mais rebuscado, acaba virando modismo passageiro. Assim, o art-déco, o estilo aerodinâmico americano, os móveis pés-de-palito dos anos cinqüenta e até os móveis de plástico dos anos 70 pertencem a esta evolução, mas os móveis coloniais, por exemplo, não.
O que diferencia? Móveis coloniais são pesadões, quadradões, texturizados, tudo de que essa evolução do pensamento humano a que me refiro, foge.
Nesta semana, vi uma entrevista na TV com arquitetos mostrando a tendência dos novos móveis de placas de fibras naturais (coco, etc.) e de reaproveitamento (filtros de café usados, etc.). Podemos afirmar com toda a certeza: é uma moda passageira, pois até agora não se conseguiu superar o estilo “hi-tec” dos anos noventa. Portanto o que é belo, ou seja, o que vai virar clássico e será incorporado aos novos projetos de design do futuro? O simples, o liso, o curvo, o leve, o limpo, o que não junta pó.
E Brasília é simples. Brasília é tudo isso. Em duzentos anos ainda vai se estar construindo no estilo de Niemayer porque ele conseguiu criar construções grandiosas com um mínimo de rebuscamento.
A sua obra é uma lição de apuro visual que muitos designeres e arquitetos deveriam aprender.
Hoje, depois de mais de vinte anos, não penso mais assim. Para apreciar Brasília, é preciso educação, não é uma beleza aos olhos, como o Rio ou Florianópolis, mas da mente. Assim como eu um dia fui cego a esse tipo de conhecimento, percebo que a maioria das pessoas não consegue enxergar o belo no ascetismo formal.
Uma das coisas que escrevi no meu livro A Empresa Sublime, foi que existe uma linha evolutiva do design que não pode ser quebrada. A linha vai sempre em direção à simplicidade. Tudo que for no sentido de limpar, de tornar mais aerodinâmico, mais liso e mais curvo pertence a essa linha e tudo que for mais rebuscado, acaba virando modismo passageiro. Assim, o art-déco, o estilo aerodinâmico americano, os móveis pés-de-palito dos anos cinqüenta e até os móveis de plástico dos anos 70 pertencem a esta evolução, mas os móveis coloniais, por exemplo, não.
O que diferencia? Móveis coloniais são pesadões, quadradões, texturizados, tudo de que essa evolução do pensamento humano a que me refiro, foge.
Nesta semana, vi uma entrevista na TV com arquitetos mostrando a tendência dos novos móveis de placas de fibras naturais (coco, etc.) e de reaproveitamento (filtros de café usados, etc.). Podemos afirmar com toda a certeza: é uma moda passageira, pois até agora não se conseguiu superar o estilo “hi-tec” dos anos noventa. Portanto o que é belo, ou seja, o que vai virar clássico e será incorporado aos novos projetos de design do futuro? O simples, o liso, o curvo, o leve, o limpo, o que não junta pó.
E Brasília é simples. Brasília é tudo isso. Em duzentos anos ainda vai se estar construindo no estilo de Niemayer porque ele conseguiu criar construções grandiosas com um mínimo de rebuscamento.
A sua obra é uma lição de apuro visual que muitos designeres e arquitetos deveriam aprender.
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