Aventuras (1)
Eu tenho um cunhado que foi militar e trabalhava na Aeronáutica. Quando eu era meninão, ele sempre sabia quando havia lugares nos aviões de passageiros da FAB, de modo que nas minhas férias eu tive oportunidade e sorte de conhecer muito do Brasil com alguns trocados no bolso e uma mochila nas costas, além de voar alguns aviões que só se vê em filmes: Avro, Búfalo, Hércules, etc. Os vôos da FAB já eram uma aventura em si, principalmente se considerarmos que passagens aéreas naquela época custavam pequenas fortunas para quem vivia de mesada.
Para piorar a situação, eu tinha uns amigos que também eram meio amalucados como eu e compartilhavam ou vibravam dessas ou de aventuras similares.
Os Albergues da Juventude, que hoje se chamam “hostels” surgiram já no final dessa minha fase de aventureiro, de modo que acampei em muitos lugares bonitos e me hospedei em muitas casas de estudante por esse país afora.
Aventura No. 1 – De Brasília à Assunción
Estava em férias de julho da faculdade e meu cunhado me telefonou, perguntando se eu gostaria de ir para Brasília, pois havia lugares em um Bandeirante decolando no dia seguinte. Não tive dúvidas, organizei minha mochila e logo já estava à bordo de um Bandeirantes com assentos laterais e um cabo de aço no teto, daqueles para o lançamento de pára-quedistas, sobrevoando o Planalto Central.
Eu viajava de avião, mas pegava ônibus de linha dos aeroportos. Assim, fui de ônibus até a Universidade de Brasília e, fazendo amizade com alguns estudantes, consegui um lugar para pernoitar na Casa de Estudantes do campus. Era muito organizada, uns apartamentos duplex com uma daquelas fotos oficiais do presidente Sarney pelo lado de dentro da porta em frente à privada, provavelmente surrupiada de alguma repartição pública. Portanto, pode-se dizer que quem usasse aquele vaso sanitário fazia verdadeiras obras públicas...
Como era inverno em Porto Alegre, me instalei na UnB, peguei um ônibus e fui até ao terminal conhecer o centro da capital federal, sempre vestindo um pulôver para o frio. Caminhei um tempão pelo centro, lá pelas tantas, olhei para um daqueles termômetros de rua: fazia 38 graus e eu todo agasalhado! Nunca tinha sentido o que era um ar seco na vida, não sabia que a gente não sua.
Hoje eu aprecio, mas na época detestei Brasília, feia e chata.
Na noite seguinte, peguei um ônibus para Cuiabá. Detalhe, eu viajava à noite para não pagar hotel... coisas que só se faz aos vinte anos.
O paradouro do ônibus era um local saído de filme, no meio da noite: lâmpadas vermelhas, música brega, gente mal encarada e prostitutas com caras de índias esperando os viajantes. Daqueles locais que só se for muito macho para pedir uma Fanta Uva e mais corajoso ainda para comer qualquer coisa que fosse.
No dia seguinte, desembarquei no calor infernal de Cuiabá. Dei uma volta no centro e logo voltei para a rodoviária para apanhar o ônibus para Chapada dos Guimarães. Cidadezinha totalmente sem graça para quem vai sem carro. Só que como o ônibus para Cuiabá só sairia dali umas 3 horas, resolvi pedir carona para uma excursão de estudantes de Rondônia. Fiquei ali, batendo papo com o pessoal, até que consegui convencer todo o ônibus a parar numa cascata, do Véu da Noiva que eu havia visto a placa na estrada na ida e estava doido para conhecer.
Eles já estavam bastante atrasados, mas alguns do grupo resolveram descer lá embaixo, o que atrasou mais de uma hora. Por mim, tudo bem, mas todo mundo ficou fulo com os desbravadores da natureza.
Na volta, derreti um pouco mais em Cuiabá, até que tomei um ônibus para o meu próximo destino, Campo Grande.
Não percam o capítulo seguinte!
Para piorar a situação, eu tinha uns amigos que também eram meio amalucados como eu e compartilhavam ou vibravam dessas ou de aventuras similares.
Os Albergues da Juventude, que hoje se chamam “hostels” surgiram já no final dessa minha fase de aventureiro, de modo que acampei em muitos lugares bonitos e me hospedei em muitas casas de estudante por esse país afora.
Aventura No. 1 – De Brasília à Assunción
Estava em férias de julho da faculdade e meu cunhado me telefonou, perguntando se eu gostaria de ir para Brasília, pois havia lugares em um Bandeirante decolando no dia seguinte. Não tive dúvidas, organizei minha mochila e logo já estava à bordo de um Bandeirantes com assentos laterais e um cabo de aço no teto, daqueles para o lançamento de pára-quedistas, sobrevoando o Planalto Central.
Eu viajava de avião, mas pegava ônibus de linha dos aeroportos. Assim, fui de ônibus até a Universidade de Brasília e, fazendo amizade com alguns estudantes, consegui um lugar para pernoitar na Casa de Estudantes do campus. Era muito organizada, uns apartamentos duplex com uma daquelas fotos oficiais do presidente Sarney pelo lado de dentro da porta em frente à privada, provavelmente surrupiada de alguma repartição pública. Portanto, pode-se dizer que quem usasse aquele vaso sanitário fazia verdadeiras obras públicas...
Como era inverno em Porto Alegre, me instalei na UnB, peguei um ônibus e fui até ao terminal conhecer o centro da capital federal, sempre vestindo um pulôver para o frio. Caminhei um tempão pelo centro, lá pelas tantas, olhei para um daqueles termômetros de rua: fazia 38 graus e eu todo agasalhado! Nunca tinha sentido o que era um ar seco na vida, não sabia que a gente não sua.
Hoje eu aprecio, mas na época detestei Brasília, feia e chata.
Na noite seguinte, peguei um ônibus para Cuiabá. Detalhe, eu viajava à noite para não pagar hotel... coisas que só se faz aos vinte anos.
O paradouro do ônibus era um local saído de filme, no meio da noite: lâmpadas vermelhas, música brega, gente mal encarada e prostitutas com caras de índias esperando os viajantes. Daqueles locais que só se for muito macho para pedir uma Fanta Uva e mais corajoso ainda para comer qualquer coisa que fosse.
No dia seguinte, desembarquei no calor infernal de Cuiabá. Dei uma volta no centro e logo voltei para a rodoviária para apanhar o ônibus para Chapada dos Guimarães. Cidadezinha totalmente sem graça para quem vai sem carro. Só que como o ônibus para Cuiabá só sairia dali umas 3 horas, resolvi pedir carona para uma excursão de estudantes de Rondônia. Fiquei ali, batendo papo com o pessoal, até que consegui convencer todo o ônibus a parar numa cascata, do Véu da Noiva que eu havia visto a placa na estrada na ida e estava doido para conhecer.
Eles já estavam bastante atrasados, mas alguns do grupo resolveram descer lá embaixo, o que atrasou mais de uma hora. Por mim, tudo bem, mas todo mundo ficou fulo com os desbravadores da natureza.
Na volta, derreti um pouco mais em Cuiabá, até que tomei um ônibus para o meu próximo destino, Campo Grande.
Não percam o capítulo seguinte!
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